Os católicos também ganharam seu filme em tempos de cinema nacional cujo alguns dos últimos sucessos foram relacionados a obras espíritas. Estreou “Aparecida, O Milagre”, dirigido por Tizuka Yamasaki (autor de bombas como “Xuxa Requebra” e “Xuxa Popstar”). No filme, rodado em Aparecida e São José dos Campos, acompanhamos dois contextos da história de vida do personagem Marcos: ainda quando criança, sustentando o sonho de tornar-se jogador de futebol mas, devido as poucas condições do pai, não conseguiu ganhar uma chuteira; em outro momento, anos mais tarde, torna-se um empresário de sucesso em expansão no ramo de alumínio. Por volta desses dois extremos, à pobreza e a riqueza, há uma mágoa profunda relacionada à fé, especialmente a Nossa Senhora Aparecida, que de acordo com Marcos, recusou-lhe um pedido e ainda tirou a vida de seu pai, trabalhador envolvido nas obras de Aparecida.
O filme é corrido e parece ansioso para atingir seu propósito: mostrar quem é Nossa Senhora Aparecida e oferecer sua imagem como apelo emocional. Feito atendendo os moldes dos fiéis católicos, Yamasaki concebe uma obra dotada de todos os fundamentos para alcançar à sensibilidade do espectador devoto a santa, inserindo todos os elementos que seu público alvo quer ver. Resulta plena satisfação nesse universo, mas fracassa com outros públicos. Seu exagero se revela artificial, visto de fora, sua narrativa até certo ponto agrada, no entanto, se direciona para um final que, para não dizer previsível, – sabemos ao ler a sinopse o que vai acontecer – é dissimulado, soando frívolo diante tanta pretensão.
É um defeito esperado nada surpreendente quando se trata de um filme com temática religiosa direcionado a um público específico. E para chegar ao seu finalmente, exagerado do ponto de vista narrativo, porém ainda sincero ao esboçar algumas razões da ira de seu protagonista, o roteiro trata de alguém que nega a santa devido ao acidente com o pai na infância e que décadas depois se vê diante a possibilidade de uma nova perda, a do seu filho Lucas (Jonatas Faro) que sofrera um grave acidente de moto. Novamente, Marcos se vira contra a religião, mas não tanto. O que ele é afinal? Não é descrente, quando acusa, acredita, embora num momento ainda relate que está falando com uma estátua de barro. Perdido, ou desiludido, frustração que carrega desde criança, amargurando sua vida luxuosa e solitária, e atingindo todos a sua volta.
Representado por Murilo Rosa, esplêndido no papel, Marcos é a grande figura do filme e carece de um melhor desenvolvimento, principalmente com relação à interação com a família. Alguns personagens são apresentados de maneira constrangedora, como a namorada de Lucas e a mãe do protagonista, vivida por Bete Mendes. Já Leona Cavalli, uma das grandes atrizes do cenário brasileiro, rouba as cenas quando aparece, vivendo Sônia, a mãe do jovem acidentado. Desenvolvido para um fim, a história deixa de importar e algumas cenas com potencial para uma melhor exploração como o passado de drogas de Lucas e o final de relacionamento nunca claro entre Marcos e Sônia acabam esquecidas. Se for religioso, corra para o cinema e leve o lenço, caso não, mas se permitir se emocionar com qualquer coisa, irá conseguir nessa alta dose sentimental de fé cristã.
Ainda não assisti ao filme, mas valeu pela indicação. Grande abraço.
ResponderExcluirWilliam
www.tocadowilliam.com
Vo assistir .
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noa assisti mais nao gosto de assisti esses tipos de filmes se eu assisti eu fico triste
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