quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Proseando sobre... Karatê Kid (2010)



Jackie Chan e Jaden Smith revivem clássico
O cinema tem essa de surpreender. São tantas as refilmagens que fica difícil não torcer o nariz para as novidades, ainda mais tratando-se de verdadeiros clássicos reconhecidos. É o caso de “Karatê Kid”, que lá nos anos 80 trazia Pat Morita como o inesquecível Sr. Miyagi e Ralph Macchio interpretando Daniel Larusso, ou, como é popularmente conhecido, Daniel-san. Nessa versão de 2010, composta pelo brigão Jackie Chan como o Sr. Han, numa versão mais, digamos assim, existencial do mestre Miyagi; e Jaden Smith, o filho de Will Smith, vivendo Dre Parker, o pupilo que irá aprender Kung Fu. De malas prontas para a China, Dre e sua mãe Sherry Parker (Taraji P. Henson) se despedem de sua família e amigos para viver no leste asiático devido a uma transferência no trabalho.

A cultura diferente, a língua e a culinária surgem como obstáculos imediatos para a adaptação e a coisa toda piora quando Dre se desentende com alguns garotos de sua escola - lutadores de Kung Fu - perseguindo-o diariamente. Descontente e frustrado, o garoto diz sobre sua insatisfação para a mãe revelando seu natural desejo de retornar a América. A direção a cargo de Harald Zwart (“Que mulher é essa?”), sobretudo sobre seus atores, garante bastante empatia, como deveria ser, embora não chegue perto do que foi o filme de 1984, mas ao menos irá recrutar novos fãs marcando com certo ímpeto uma nova geração.

Dispensando grandes atrativos técnicos, o filme irá se concentrar na beleza do país, suas montanhas, vestimentas, artifícios, cores e na arte marcial como destaque. Um plano traz a cena de um treinamento sobre a muralha chinesa. A batalha entre o bom e o impiedoso Kung Fu é um detalhe que irá mover a história com Dre e seu carisma carente aprendendo com seu mestre valores perdidos de onde viera e levando também algumas tradições americanas bem como as roupas e a música. Os momentos em que as crianças estão encantadas com suas tranças e com os cabelos de sua mãe são graciosos.

A China como plano de fundo
Mais do que isso, o relacionamento constituído entre ele e a jovem violinista Meiying (Wenwen Han) é um marco satisfatório do roteiro que dá maior sensibilidade a esse filme notoriamente sensitivo, contando com a colaboração de trilhas empolgantes e da fotografia fascinante de Roger Pratt. Como não querer ir até a China depois de conferir cenários tão bucólicos? De passagem por um país importante no cenário mundial, representação clara da globalização, o longa recicla diálogos e incita uma homenagem a obra original de John G. Avildsen. Vinculando lição de solidariedade e compaixão num contexto novo em mistura a essência de artes marciais, algo pouco comum no ocidente, valores que transcendem séculos saltam aos nossos olhos. Não é a obra mais aguardada aos apreciadores da franquia “Karatê Kid”, no entanto, está longe de ser uma grande decepção para qualquer cinéfilo.

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