terça-feira, 28 de setembro de 2010

Proseando sobre... Um Segredo Entre Nós



Nas locadoras, o falso poético "Um Segredo Entre Nós", de Dennis Lee, chega para fisgar expectadores fãs de películas com grande teor dramático. Passado quase despercebido pelos cinemas nacionais mesmo trazendo um bom elenco, o filme explora um artifício cansativo de ir e voltar no tempo concentrando principalmente na vida do promissor escritor Michael Waechter e de sua família conturbada centrada na autoridade do pai, Charles Waechter, e na aparente mãe ideal Lisa, que mesmo tendo importância vital na trama, revela-se vazia no desenrolar da história.

Dafoe e Roberts em cena
No elenco estão grandes nomes como Willem Dafoe, Julia Roberts, Ryan Reynolds e Carrie-Anne Moss. "Fireflies in the Garden", nome original do filme extraído de um poema de Robert Frost, - importante poeta americano - diz mais do que a pífia tradução brasileira. Trata-se do título do livro que Michael irá publicar baseado na sua infância. Questões morais familiares são colocadas à prova quando esse questiona se vale a pena expor a vida de sua família em público por descobrir mais tarde, ao voltar para a casa dos pais, segredos mais do que comprometedores.

Uma tragédia anunciada é a desencadeadora desse esclarecimento sofrido entre os parentes. Dirigindo e escrito pretensiosamente por Dennis Lee, o longa não procura aperfeiçoar seus momentos mais dramáticos deixando padecer o sentimentalismo dos seus personagens ao vazio. A inexperiência na direção poderia ser uma justificativa para sua imaturidade em não aproveitar o talento de seu bom elenco, principalmente de Willem Dafoe, que funciona aqui como um vilão sempre áspero. Um desperdício. Uma pena.

tragédia anunciada
"Um Segredo Entre Nós" traz como estrela a supervalorizada Julia Roberts. Os fãs da mesma não devem esperar que essa seja o centro das atenções da história, pois sua curta participação não faz jus a sua autoimagem comercial. Sobre esses relaxos técnicos, a trama que se pretende conceber no final das contas dá certo e acaba se valorizando salvando o filme de uma total perda de tempo. O duelo entre pai e filho em cena do início até o ato final sustenta os desvios do caráter dramático pretendido pela história, e isso é o que mais merece atenção. Destaque para o personagem do esforçado Ryan Reynolds e sua tentativa de debilitar a austeridade de um rigoroso e incompreendido pai.



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