domingo, 16 de janeiro de 2011

Proseando sobre... Entrando Numa Fria Maior Ainda com a Família


O conflito entre Greg Focker e seu sogro Jack Byrnes continua nesse “Entrando Numa Fria Maior Ainda com a Família”, – que título é esse em? –  filme feito para os fãs que aguardavam uma continuação após os dois primeiros bem realizados longa metragens. Mas será que era mesmo preciso? As piadas continuam inspiradas, mas a história é tão pequena, uma desculpa qualquer para fechar a trilogia e isso deverá deixar descontentes os maiores fãs da franquia. Todos os personagens principais retornam e participam do duelo entre sogro e genro, e um suposto ataque cardíaco de Byrnes (Robert De Niro) motiva o desenvolvimento da história nessa terceira parte com o homem linha dura investigando se Focker (Bem Stiller) é mesmo capaz de assumir a chefia da família já que sua outra filha separou-se daquele que aos seus olhos era o cara ideal.

A reunião da família acontece graças ao aniversário dos gêmeos Focker e tal reencontro irá proporcionar novas e recicladas piadas, se bem que a participação dos pais do personagem de Stiller nada acrescenta a narrativa com Bernie Focker (Dustin Hoffman) vivendo uma espécie de Buzz Lightyear em “Toy Story 3”. A novidade no projeto é a presença de Jessica Alba que surge como uma suposta affair de Greg piorando sua situação. A moça, constantemente lembrada como uma das atrizes mais belas do cinema, – com justiça ela é – vive uma personagem bastante próxima da que viveu no besteirol “Maldita Sorte” e se revela tão sexy como repugnante, e isso é reforçado quando bêbada.

O destaque é mesmo da dupla central e piadas relacionadas a trilogia “O Poderoso Chefão” não irão faltar, incluindo o gato de Byrnes. Parece fazer parte dessa referência o nome incompreensível da personagem de Alba, Andi Garcia, e tal alegoria garante duas ou três boas piadas relacionadas ao ator. O que tornava uma discussão interessante nos filmes anteriores, a profissão de seus personagens, não se prolonga aqui, e talvez aborreceria, embora o filme sinta falta de algo mais profundo e passível de discussão sobre relações familiares. Na verdade, a história se desdobra atrás de razões pelas quais o sogro deve reprovar seu genro, e aí o roteiro insere remédios para disfunção erétil – daqui em diante não preciso dizer mais nada. Quanto aos gêmeos, simpáticos, são alvos dos homens e funcionam apenas como instância para outras piadas. O filme é abarrotado delas e seu diretor Paul Weitz (“American Pie: A Primeira Vez é Inesquecível”) parece querer aproveitar de tudo para proporcionar recreação. Consegue, no entanto sacrifica todo o resto por esse ideal. Poderia entrar numa série chama “continuações que não precisariam existir” – e como Hollywood tem feito isso.

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