Na dramatização uma cinebiografia. Um filme de época, gênero que atrai olhares pelo luxo, constância de seu estilo ao utilizar, normalmente, um retrato histórico de um período – para isso se investe muito em direções artísticas e figurinos esplêndidos. Neste caso, em especial, o figurino é um atrativo estonteante, ganhador do Oscar. Retrata com precisão, segundo seus maiores conhecedores, os vestidos que a dona dessa cinebiografia usara durante seu reinado. Ela, em beleza jovial, é uma das poucas personalidades históricas a ganhar uma homenagem à altura no cinema. Tratando-se da monarca feminina que ocupou por maior tempo um reinado na história, um filme sobre sua inserção nesse meio era espreitado e fez-se com elegância refinadíssima. Este é “A Jovem Rainha Vitória”, disponível recentemente em DVD.
A inglesa Emily Blunt de 27 anos foi a escolhida para o papel. Um pouco mais velha que a personagem, a jovem garantiu um trejeito todo particular a persona Vitória, retratando os dias antes de assumir a coroa e o depois, em breves passagens, lembrando episódios marcantes do início de sua trajetória enquanto líder da Inglaterra. Seus conflitos com a mãe hiper protetora, a Duquesa de Kent (Miranda Richardson), antes de completar a maioridade; os interesses e influência de Sir John Conroy (Mark Strong) contrariado com a posse da jovem. Ainda há sua angústia diante sua competência no poder, bem representada, onde os temores de uma Rainha quanto a sua autoridade e capacidade existem. Provar suas atribuições era um de seus desafios.
Belo enquanto um autêntico filme de época, este não economiza nos quesitos técnicos, com caracterizações rebuscadas que passa da maquiagem ao já mencionado figurino, até as locações. Bom de se ver – o auxílio da montagem ágil ajuda – e bom de se ouvir, há belíssimas trilhas. Ao passo que sua produção impressiona, a direção de Jean-Marc Vallée (“C.R.A.Z.Y. - Loucos de Amor”) e o roteiro do egípcio Julian Fellowes (“Assassinato em Gosford Park”), que são bons, perdem a chance de serem ainda melhores na forma de contar a história.
Se a personalidade da Rainha é bem retratada, seus feitos parecem avulsos no filme. Pouco se sabe sobre suas primeiras conquistas, embora existam indícios. Há ainda outro atributo que movimenta o longa: o duelo pelo coração de Vitória. De um lado, o príncipe Belga, Albert (Rupert Friend), se aproximando da moça com conselhos e trocando cartas confidentes; de outro, Lorde Melbourne (Paul Bettany), que ao lado da Rainha como um braço direito, não esconde seu íntimo interesse. Outras informações são dadas através de registros escritos. O filme em sua instância biográfica é uma concepção elegante e romântica sobre a vida de uma jovem. A retratação se apropria muito mais da persona Vitória e das barreiras psicológicas e sociais que enfrentara para tornar-se rainha e garantir um posto importante na história de seu país.
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ResponderExcluirGostaria de olhar esse filme. Adoro filmes assim
ResponderExcluirMuito bom este blog porque ajuda as pessoas a escolherem o filme certo para elas!!
ResponderExcluirpiadasemcheio.blogspot.com
Nunca ouvi falar... E o Caio disse tudo: ajuda bastante.
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