sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Proseando sobre... Incontrolável



Denzel Washington retorna aos trilhos nesse movimentadíssimo novo trabalho do cineasta Tony Scott. E como não poderia deixar de ser, há algo que o personagem de Washington tem que parar. Quando não é um homem, é uma máquina e aqui, um trem a 112 km/h. Isso vai dar um trabalhão e promete fazer com que o espectador mais atento roa as unhas. A sensação de tensão é boa, ela constantemente acontece, e os cinéfilos adoram. Esse “Incontrolável” cumpre esse objetivo e mais, arrisca contar histórias paralelas sobre seus personagens. Essa é a quinta parceria entre Scott e Washington, algo que deverá se prolongar, contando que esta nova empreitada deverá tornar-se sucesso.

Tudo acontece com espontaneidade. A razão desse trem disparar pelos trilhos é fruto de uma falha humana... uma desatenção momentânea, ou uma irresponsabilidade recorrente digna de piada. Assim, iniciará a busca por esse trem carregado de produtos altamente tóxicos com potencial de dizimar uma cidade inteira. Nesse percurso, alguns homens irão arriscar a vida para parar o trem desgovernado, entre eles está o maquinista Will (Chris Pine) e um engenheiro, Frank (Washington), prestes a se tornarem heróis – mas será que isso trará alguma consequência para a dupla? O roteiro ágil de Mark Bomback (“Duro de Matar 4.0”) não deixa de ressaltar a vida desses trabalhadores fora das estações mostrando algumas duras realidades e erros banais percebidos frente a iminência da morte.

Quanta correria. Um país se mobilizou com o acontecimento e os envolvidos com uma possível catástrofe são representados preocupados unicamente com a quantidade de dinheiro que aquilo poderia fazê-los perder. Há ainda um cara que faz um tipo de vilão, um daqueles típicos que empatam qualquer tentativa de salvamento, ele é Galvin (vivido por Kevin Dunn). Em outra instância, há aquela que luta a todo custo e põe fé em seus aliados, essa é Connie (vivida pela ótima Rosario Dawson). Eles irão duelar e levar boa parte da narrativa com discussões políticas e profissionais enquanto o trem se direciona até uma grande cidade. Parece até uma receita pronta de filmes do gênero, mas a coisa toda funciona, ainda mais por sabermos que tal incidente é uma retratação de um fato real acontecido em Ohio em 2001.

Denzel Washington está bem e vence novamente pelo carisma. Chris Pine assume o papel de galã herói que deu azar na vida. Sobre esses dois, gerações distintas, o diretor encontra tempo de discutir suas funções numa empresa que atualmente está dispensando os funcionários mais velhos. Tal assunto está cada vez mais debatido. O filme definitivamente é uma revisitação ao gênero catástrofe e utiliza de seus artifícios tradicionais muito bem, ainda mais usufruindo da tecnologia para conceber bons efeitos especiais que somam a expectativa do público esperando que tudo acabe bem. É o mais do mesmo com um toque mais refinado, tenso como tantos outros e igualmente divertido o que já vale a pena ser visto. Quem gosta de filmes com temática semelhante, sem dúvida esse é um de seus melhores exemplares. 


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