segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Proseando sobre... Educação

 
Uma viagem aos anos 60 é o que propõe o filme “Educação” da diretora dinamarquesa Lone Scherfig, surpresa no Oscar 2010 e no Bafta concorrendo à categoria principal. Esse já é um motivo para olhá-lo com mais atenção e procurar o que o levou a ser tão considerado. Muito embora não tenha se destacado na noite da cerimônia, o longa ganhou alguns fãs que se identificaram de imediato com a protagonista Jenny e sua paixão repentina por um homem mais velho. O contexto é outro. Bem diferente dos tempos atuais, o roteiro explora uma Londres conservadora onde qualquer pretensão romântica é uma aventura. Seguindo os passos de “Pequena miss sunshine” e “Juno”, este “Educação” tem prestígio popular, sendo um filme bastante leve e de humor sensato, cativando o grande público pela simplicidade.

Jenny, ansiando por cultura, está querendo vencer barreiras em seu colégio. Disposta a conhecer gente que ofereça algum conhecimento a ela, desejo presente em seu discurso ao longo do filme, a garota se mostra centrada dentro das idealizações de seus pais ao dedicarem a ela um bom colégio para que se forme e vá para uma boa faculdade: o objetivo é Oxford. Questiona-se aqui a educação enquanto real possibilidade de vencer na vida, ainda mais para uma família que vive nos subúrbios da capital inglesa. Imediatamente destacada como uma das melhores alunas de sua classe no primeiro ato da película, Jenny ainda é violoncelista, instrumento que liga a protagonista aos elementos artísticos que tinge o filme; e ao amor que impulsiona a história. Num dia de chuva, ela acaba conhecendo David, um galanteador boêmio cheio de segredos, responsável por uma nova perspectiva da garota que irá desafiar um futuro aparentemente promissor.

Lone Scherfig tem em mãos uma história elegante, comum enquanto desenvolvimento de um relacionamento, mas que fomenta perspectivas femininas. As várias personagens da história têm papel fundamental no direcionamento de Jenny, agora confusa quanto suas ambições e seduzida por um partido atrativo, o qual em poucas horas lhe apresentou um mundo que sempre lhe pareceu distante. A inglesa Carey Mulligan, indicada ao prêmio de melhor atriz, mostra solidez em seu papel, atraindo olhares da mídia e apresentando ao grande público o talento de uma jovem e grande atriz. Sua filmografia faz jus a tal afirmação.  Ao lado de Peter Sarsgaard, Emma Thompson e Alfred Molina a jovem rouba a cena. “Educação” faturou o prêmio de melhor filme estrangeiro na premiação do Independent Spirit Awards e melhor filme de acordo com voto popular no Sundance Film Festival.

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