Quando assisti "Laranja Mecânica" de Stanley Kubrick, pensei ter vivenciado uma experiência perturbadora única de fundo psicológico que viria a me motivar pensar razões pelas quais pessoas se inseririam de forma abrupta numa esfera de violência como Alex de Large e seus amigos fizeram. Em 1997 surgiu "Violência Gratuita" de Michael Haneke, outro flerte certeiro sobre crueldade contra o humano. Um bom tempo depois, o próprio Haneke dirigiu um remake de sua própria obra num contexto novo e com caras novas. Nas locadoras, uma flagelante história perturbadora, paradoxal, angustiante e admiravelmente cruel.
Dois jovens sem razão aparente decidem praticar jogos sádicos com uma família que desejava passar as férias numa casa em Long Island. A visita inesperada da dupla vai causar transtornos emocionais não somente nos personagens como também no público. Não são todos que assistirão o filme até seu final. O que sem dúvidas vai deixar o espectador totalmente aflito é a ausência de trilha sonora evocando o ambiente e seus ruídos. Tudo é penoso nessa obra. O silêncio que por várias vezes domina serve como um atrativo psíquico raro em filmes do gênero que, por sua vez, remete a uma tortura aflita da parte de todos prendendo a atenção dos mais dispersos e fazendo o botão stop do controle ser usado com maior frequência. Não há como julgar o que estamos vendo, o filme quer isso e nesse nosso voyeurismo, apenas sofremos juntamente.
Quem conhece um pouco melhor o trabalho do alemão Michael Haneke sabe o que se pode esperar de um filme roteirizado por ele: muita aflição combinado com mistérios revelados em detalhes. Seu trabalhos anteriores justificam esse combinado. "Caché", de 2005, exige muita atenção do público enquanto "O Vídeo de Benny", de 1992, o hediondo prevalece claro e desnudado. Tudo é incômodo em “Violência Gratuita” e raramente vivenciamos algum momento de passividade durante a exibição. O que Haneke quer é que soframos junto a seus personagens e consegue à medida que o longa avança tornando cada ato mais acerbo. A presença de uma criança fortalecendo a angústia proposta não é um mero acaso.
A dupla escolhida propensa ao sadismo é vivida com autoridade por Michael Pitt e Brady Corbet que despertam um verdadeiro mal estar e impedem os mais sensíveis de continuarem assistindo. A proposta do longa por vezes não é entendida, e há quem o condene por ser violento demais. Ei, o título nacional já adiantou. Quer acompanhar o que se sucede quando dois jovens cuja irascibilidade é alimentada através de jogos julgados divertidos? Confiram. Eis uma promoção com situações de verdadeiro terror. Tim Roth e Naomi Watts fecham o elenco vivendo o casal que sofre nas mãos da dupla dignificando os papéis de vítimas. Belo enquanto cinema, – veja, enquanto cinema – o longa vale ainda como um objeto de estudo. É um ensaio sobre a violência na forma mais deplorável não tendo a pretensão de agradar, e sim, incomodar. Olhares direto para a câmera ao longo da projeção quase pede para que nós, espectadores, julguemos os dois rapazes por seus atos.
Dois jovens sem razão aparente decidem praticar jogos sádicos com uma família que desejava passar as férias numa casa em Long Island. A visita inesperada da dupla vai causar transtornos emocionais não somente nos personagens como também no público. Não são todos que assistirão o filme até seu final. O que sem dúvidas vai deixar o espectador totalmente aflito é a ausência de trilha sonora evocando o ambiente e seus ruídos. Tudo é penoso nessa obra. O silêncio que por várias vezes domina serve como um atrativo psíquico raro em filmes do gênero que, por sua vez, remete a uma tortura aflita da parte de todos prendendo a atenção dos mais dispersos e fazendo o botão stop do controle ser usado com maior frequência. Não há como julgar o que estamos vendo, o filme quer isso e nesse nosso voyeurismo, apenas sofremos juntamente.
Quem conhece um pouco melhor o trabalho do alemão Michael Haneke sabe o que se pode esperar de um filme roteirizado por ele: muita aflição combinado com mistérios revelados em detalhes. Seu trabalhos anteriores justificam esse combinado. "Caché", de 2005, exige muita atenção do público enquanto "O Vídeo de Benny", de 1992, o hediondo prevalece claro e desnudado. Tudo é incômodo em “Violência Gratuita” e raramente vivenciamos algum momento de passividade durante a exibição. O que Haneke quer é que soframos junto a seus personagens e consegue à medida que o longa avança tornando cada ato mais acerbo. A presença de uma criança fortalecendo a angústia proposta não é um mero acaso.
A dupla escolhida propensa ao sadismo é vivida com autoridade por Michael Pitt e Brady Corbet que despertam um verdadeiro mal estar e impedem os mais sensíveis de continuarem assistindo. A proposta do longa por vezes não é entendida, e há quem o condene por ser violento demais. Ei, o título nacional já adiantou. Quer acompanhar o que se sucede quando dois jovens cuja irascibilidade é alimentada através de jogos julgados divertidos? Confiram. Eis uma promoção com situações de verdadeiro terror. Tim Roth e Naomi Watts fecham o elenco vivendo o casal que sofre nas mãos da dupla dignificando os papéis de vítimas. Belo enquanto cinema, – veja, enquanto cinema – o longa vale ainda como um objeto de estudo. É um ensaio sobre a violência na forma mais deplorável não tendo a pretensão de agradar, e sim, incomodar. Olhares direto para a câmera ao longo da projeção quase pede para que nós, espectadores, julguemos os dois rapazes por seus atos.
Interessante, já ouvir falar sobre esse filme, mas nunca me interessei em saber detalhes ou assistir, agora fiquei curiosa...parabéns pelo blog super organizado e a postagem bem detalhada.
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