sábado, 30 de abril de 2011

Proseando sobre... Thor


É mais um filme de super-herói. A abordagem, no entanto, é diferente. Stan Lee, o criador de tantos outros heróis, vê Thor, seu personagem baseado na mitologia Nórdica, ser adaptado para as telonas. O responsável pelo feito, o diretor Kenneth Branagh, teve mais do que a dificuldade de transpor para o cinema a adaptação de um herói das HQ’s, teve que prezar o contexto de uma cultura sem banaliza-la – os nórdicos, portanto, senão ganharam uma filmagem a altura de sua importância, ao menos não foram transformados em seres secundários de uma narrativa obrigada a relacionar-se com a Terra. Tal transtorno seria causado pela história acontecer em tempos atuais e não com os vikings. Para o bem de “Thor”, esses universos tiveram distinção adequada e retratação convincente, especialmente à idealizada Asgard.

Odin (vivido com dignidade por Anthony Hopkins), rei de Asgard, preparou seus dois filhos, Thor (Chris Hemsworth) e Loki (Tom Hiddleston), para sucederem seu trono. Thor, dono de uma personalidade perversa e orgulhosa, inicia uma guerra anteriormente em trégua contra os Gigantes de Gelo. Suas ações impulsivas condenou sua continuidade em seu reino e foi expulso sem honra e sem seu Mjolnir, o martelo que detém seus poderes. O Deus do Trovão despenca em solo terrestre e lá passa por algumas provações, várias piadas, longas aventuras e vive um romance com a mortal Jane Foster (a recentemente oscarizada Natalie Portman).

Com quase duas horas, o espectador é convidado a viajar para 3 diferentes dimensões: o reino de Asgard, o Olimpo dos Deuses Nórdicos, que detém um design de produção e direção artística esplêndida; Jotunheim, o mundo escuro dos Gigantes de Gelo reinado por Laufey (Colm Feore); e a Terra, especialmente o Novo México. E quem lembra da cena pós créditos de “Homem de Ferro 2” irá identificar rapidamente em “Thor”. Os embates propostos são virtuosos,  o longa é movimentado, bem humorado e sem maiores pretensões como a maioria dos filmes do gênero, o que é uma pena. Reduzir um projeto potencialmente capaz de ser grandioso para se dedicar unicamente a diversão passageira e ação descerebrada é uma recorrência triste nesses projetos.

Essa fórmula dedicada a filmes de super-heróis só não é batida pelas inovações das histórias que se adaptam, e por contar com presenças ilustres que normalmente melhoram a carência das narrativas. Hopkins elucida em seu papel, Hiddleston rouba a cena e o australiano Hemsworth mostra mais músculos que talento, no entanto possui carisma suficiente para se engrandecer enquanto Thor. Stellan Skarsgård como o Dr, Erik Selvig pouco acrescenta enquanto Kat Dennings com sua Darcy Lewis, amiga de Jane, está completamente entregue a graça e ironia. Se o elenco enobrece, o roteiro falha, revelando-se, por vezes, medíocre. Ele conta com um arco dramático pouco convincente sobre a relação amorosa – muitíssimo mal desenvolvida, aliás – sucedente na trama utilizando da beleza e delicadeza de Natalie Portman para fazer cara de paisagem ao observar Thor, proferindo um esdrúxulo “Oh my God”. Sim, agora ele é o Deus particular da moça. Bom também é ver Rene Russo – a mãe do herói, Frigga – voltar a participar de uma grande produção.

A história de um personagem milenar, isso dentro da mitologia, vem para encantar fãs da HQ. Não dos Nórdicos, o que é compreensível, pensando no público alvo o qual o filme pretende acertar. Mas não deixa de servir como referência. Quem não o conhecia, agora poderá dizer que ouviu falar ou que já viu o filme. É raso, mas não é um completo vazio.

Thor é poderosíssimo empunhando Mjolnir, fica difícil imaginar alguém para fazer frente a ele. O Deus do Trovão estará em “Os Vingadores” como sugere a cena pós créditos – não se esqueçam de ficar na sala do cinema até todos aqueles nomes desaparecerem. Thor é submetido a uma lição, sua privação lhe garante a sabedoria anteriormente ignorada com sua arrogância posta em cena cegando a honra de um Deus esclarecido e sensato, seu pai, Odin.

Desvencilhar dessa mania de ser apenas mais um filme de herói e agradar todo mundo é uma tarefa que poucos se arriscam, mas quando fazem, torna seus filmes imortais pela ousadia em explorar narrações sem limitações. Não é o caso de “Thor”, infelizmente. Ainda assim é divertido e por vezes empolgante o bastante para estar acima da média de seu gênero.

PS. E Jeremy Renner em? Com seu arco apontando para Thor, faz uma ponta de luxo adiantando a história de um outro herói. O Gavião Arqueiro.


3 comentários:

  1. Ótimo texto, achei legal parte do filme se passar em Asgard, pois apesar de focar somente no Thor, que saiu da mitologia para virar herói, não esqueceram de citar tantos outros seres importantes dessa rica mitologia, como Odin, Loki e etc...

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  2. Aguardo ansiosamente, depois de Thor, "The Avengers".

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  3. William J.P. da Costasegunda-feira, 02 maio, 2011

    Confesso que ao assitir o trailer não fiquei emplogado em ver o filme mas acabei gostando bastante de Thor. Realmente nao é um épico grandioso mas tem uma boa dose de aventura e ação, com pitadas de humor. Fiquei surpreso com a adaptação ou "modernização" da mitologia nórdica para se enquadrar no contexto do filme, uma adaptação um tanto inovadora na minha singela opinião. O enredo não é fabuloso nem muito complexo, as falas dos personagens não são tão profundas, não tem nenhuma trilha sonora marcante mas a obra em seu conjunto garante duas horas de diversão, um lazer de qualidade. Recomendo. =D

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