quarta-feira, 13 de abril de 2011

Proseando sobre... Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles


Uma exaltação aos que se consideram superiores. É mais ou menos isso. Bem, melhor dizendo, é uma afirmação de caras que se garantem em combate carregando insígnias e a bandeira dos Estados Unidos. É por aí. Tantos filmes trataram disso não é? Dá pra lembrar de vários. Mas ainda há um público comprando essa idéia e delirando com os feitos desses considerados heróis norte-americanos. Aqui não se trata de uma história real, é uma ficção. O oponente não são homens, são alienígenas – e dos bons. O tiroteio vai rolar incansavelmente em cena com o diretor empunhando a câmera – essa em altíssima definição – e correndo atrás dos soldados que irão enfrentar uma invasão. Esse é “Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles”.

A direção é do desconhecido Jonathan Liebesman, um cara que concebeu o horroroso “No cair da Noite” e que anos depois propôs “O Massacre da Serra Elétrica: O Início”. O cineasta fez um percurso já percorrido por outros realizadores, e só ganhou pontos aqui pelo uso dos recursos tecnológicos de primeira linha. A história quase fica de lado. Na boa? Ela fica de lado. Penso na hipótese do diretor ter o propósito de nos colocar bem perto daquela guerra com a característica, por vezes, documental de sua câmera. Soldados e civis são expostos perdidos numa Los Angeles destruída tomada por ruínas e chamas. Liebesman não inova, reiventa. Ninguém vai lembrar do filme dele, ao menos não enquanto o filme da vida.

Há espaço também nessa guerra para os mais emotivos se emocionarem com apelos dramáticos e lições de honra e coragem. Uma apresentação inicial dos personagens visa provocar uma identificação entre eles e os espectadores. Alguém aí decorou o nome de todo mundo? A tropa do Ten. William Martinez (Ramon Rodriguez) jamais recua – o que significa que... vocês sabem. Também há o pesar do Sgt. Michael Nantz (Aaron Eckhart) que sobreviveu a uma antiga missão, mas passa os dias obrigado a carregar um fardo quase insuportável. As aparições de Michael Peña e Michelle Rodriguez pouco acrescentam à narrativa. O primeiro, suspeito, em sua curta aparição, funciona como metáfora do elo pai e filho e a separação que a guerra ocasionam; a segunda, dispensa a sensualidade e novamente se envolve com armas – e ela toca o terror numa postura masculinizada.

E a história? Meteoros são identificados vindo a caminho da terra. Esses cairão no mar. O impacto é inevitável, mas, parece não assustar tanto. Engano. Não são meteoros, são alienígenas e esses querem colonizar a terra, sobretudo tomar posse de um bem natural terrestre. Daí em diante, explosões e longos tiroteios dominarão o filme. Para quem gosta, será um deleite. Para quem não curte, será um sofrimento, e dos longos. Tenso em sua medida, ele apresenta uma versão diferente de aliens, mas uma idéia completamente batida de invasão sendo, nós, novamente as vítimas. E sendo os Estados Unidos novamente o alvo principal. Vai ser sempre assim? Os cinéfilos clamam por originalidade. Se lança uns 7 desses para cada “Distrito 9”. Assim fica difícil.  

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