terça-feira, 19 de abril de 2011

Proseando sobre... Eu Sou o Número Quatro


Parece aqueles típicos filmes colegiais numa versão sobrenatural. Os ingredientes são conhecidos e fazem parte das tradicionais receitas hollywoodianas. O mocinho diferente chega e causa um fervor na escola. Conhece uma garota, a ex de um dos principais atletas do colégio, esse que adora perseguir nerds praticando o bullyng. A diferença neste filme se dá na concepção de seu protagonista, um cara que veio do planeta Lorien e possui habilidades especiais. Ele e mais alguns jovens na terra foram presenteados com dons, mas atualmente estão sendo caçados e mortos pelos mogadorianos. Um verdadeiro terror. Esses jovens são obrigados a se esconder. “Eu Sou o Número Quatro” vem se tornar uma nova franquia falando de pessoas diferentes, ou, a partir da metáfora posta no longa, dos estranhos no paraíso.

O número quatro (Alex Pettyfer), um cara que atenderá por John Smith, migra de uma cidade a outra protegido por Henri (Timothy Olyphant), e nunca consegue manter qualquer vínculo. Chega uma hora que basta e se rebela impondo autoridade quando se percebe sozinho. Naturalmente, sua nova conduta, só acontece graças a uma paixão, a jovem fotógrafa, Sarah (Dianna Agron da série “Glee”). O romance, com cara de “Crepúsculo”, que se aproxima também do fraco “Jumper”, só não ganha exaltação por falta de tempo as fugas são constantes e o jovem se vê obrigado a se distanciar da garota. A história centra definitivamente na luta por sobrevivência desse jovem temente em abandonar a amada. Para ele, a falta desse amor dói mais, uma vez que sua espécie apaixona-se apenas uma vez e carrega esse sentimento para sempre.

Dirigido por D.J. Caruso (“Paranóia”, “A Sombra de um Homem”), “Eu Sou o Número Quatro” é o mais do mesmo que agrada pela sutileza. O diretor não se entrega a vícios e abandona o clichê do romance como cerne – apesar dos outros vários mencionados clichês – e dá certa dignidade a história. O filme, que anteriormente seria de inteira responsabilidade de Michael Bay, acabou sendo apenas produzido por ele, o que diminuiu categoricamente a quantidade de explosivos no decorrer do longa. Esses se concentram num ato final que é, sem dúvidas, poderosíssimo tecnicamente.

Simples de tudo, mas honesto, este é um trabalho que não figurará entre os grandes lançamentos de 2011. É um filme comercial cujo apelo marketeiro é falho e ganhará pontos apenas com os fãs do gênero que simplesmente o encontrarem. Deverá ganhar continuações. O filme também deve revelar um novo tipo de herói, embora este perca importância – e a moral quando aparece a loura Teresa Palmer, a número seis, montada numa moto e causando destruição – tem dedo do Michael Bay aí revitalizando o que fez com Megan Fox em seu “Transformers”. A líbido aqui é contida. “Eu Sou o Número Quatro” é um trabalho frágil, mas perfeitamente assistível, e só não é pior porque não teve a pretensão da inventividade abusiva e por ter escorregado das mãos de Bay.  Usa muito estereótipo evocando diferenças entre os seres humanos e  com isso mostra que não há nada errado em ser estranho de um ponto de vista social.


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