domingo, 24 de outubro de 2010

Proseando sobre... Fúria de Titãs



Perseu é vivido por Sam Worthington
Muitos esperam com certa expectativa um filme que faça jus a contos mitológicos reproduzindo-os com a competência que merecem. Eis que surge “Fúria de Titãs”, dirigido por Louis Leterrier, disponível em DVD, e a possibilidade diante uma oportunidade dessa refilmagem atender as idealizações de fãs de mitologia. Novamente, a decepção acontece. E não é por falta de caracterização ou ausências, vários personagens estão lá, representados com elegância refinada, no entanto, os contos estão distorcidos, adaptados segundo as exigências do cinemão e isca para o grande público.

Perseu em cena ao lado de Io (Arterton)
“Fúria de Titãs”, portanto, carece simplesmente de uma narração com ímpeto melhor que não a obrigatoriedade de se tornar referencia a febre 3D. Pensar que a tecnologia parece se tornar um obstáculo para boas histórias é algo preocupante. Centrado na jornada do semideus Perseu, interpretado por Sam Worthington de “Avatar”, o filme abusa de efeitos especiais e traz cenários que assoberbam, mérito máximo da produção. São tantos os vigores técnicos que fica difícil enumerar por ordem os mais impressionantes. Os cavalos alados deslumbram, os escorpiões gigantes enchem os olhos e as batalhas bem coreografadas empolgam. Claro que isso funciona melhor para quem está preocupado unicamente a ação.

Na história: quando a cidade de Argos é exigida a fazer um sacrifício pelos Deuses – ofertar a vida de sua princesa Andrômeda (Alexa Davalos), – tem início uma batalha entre as divindades e os homens. A ameaça se dá pelo monstruoso gigantesco Krakos que irá arruinar a cidade inteira. Aí Perseu entra em cena e parte em busca da única forma de vencer essa criatura, ao lado de outros guerreiros, entre eles Draco (Mads Mikkelsen) e a bela Io (Gemma Arterton). Escrito por três roteiristas a partir do roteiro de 1981 desenvolvido por Beverley Cross, o longa metragem exibe a idealização de dois mundos, e a supremacia e imponência de Zeus (Liam Neeson) e Hades (Ralph Fiennes).

A Medusa é a mais bela figura do filme

Tendo um destino épico, o longa será facilmente lembrado pela geração como uma das batalhas mais memoráveis – pena ficar somente nisso – e para os fãs do original resta acompanhar mais do mesmo agraciado pela tecnologia, em especial a computação gráfica memorável. Que bom seria uma narrativa que prezasse como merece esses mitos gregos tão importantes para o ocidente, o cinema ainda pede um exemplar a sua altura. Não restrito somente a grandes Deuses, o longa lembra de Apollo, Athena, Hermes e Poseidon em passagens modestas. Espectros surgem nos vários planos apresentando os diversos personagens, em especial, a medusa, idônea e surpreendente, tornando-se numa das mais belas figuras do filme. Leterrier lança mão de originalidade para se entregar ao hábito natural de encher os cofres de seus realizadores, incidindo num outro sacrifício: a história.  




Um comentário: