sábado, 7 de maio de 2011

Proseando sobre... Velozes e Furiosos 5 - Operação Rio


Vin Diesel, Paul Walker e Jordana Brewster estão de volta numa operação Rio, melhor dizendo, num serviço no Rio. “Velozes e Furiosos” retorna a toda velocidade trazendo o que a franquia tem de melhor. Compete a um filme como esse provocar recreação, seja por sarcasmo, ironia ou unicamente pela ação costumeiramente imperadora que molda e dignifica o projeto. Fugir disso é uma ousadia que essa quinta parte – ou terceira, seguindo a lógica dos personagens do primeiro filme – não ousou fazer. A direção continua a cargo de Justin Lin que assumirá em “Desafio em Tóquio”, e a franquia, já consolidada como uma das mais carismáticas, segue cumprindo bem seu papel de proporcionar muita diversão com carros velozes e personagens furiosos.

Todos se lembram do final do quarto filme? Este inicia a partir daquele ato com uma típica cena catastrófica dando indícios do que viria a seguir. Os personagens vão ao Rio de Janeiro (as locações ocorreram em Porto Rico e na própria Cidade Maravilhosa). E pensar que um dos lugares almejados como destino por Letty (Michelle Rodriguez) antes de morrer no quarto longa era o Rio de Janeiro, mas ninguém se lembrou disso. O Corcovado vislumbra a cidade com os novos habitantes liderados por Dominic Toretto (Diesel). Os caras estão querendo encerrar essa vida de fuga, e lançam questões pseudo existenciais sobre esse meio não valer a pena. Há ainda um agravante para a família Toretto que mais do que nunca, deverá cuidar de Mia (Brewster). No Rio de Janeiro, eles não estão passeando por Copacabana, estão escondidos nas favelas.

O roteiro escrito por Chris Morgan é uma injeção de testosterona que pouco convence em seu desenrolar recheado de momentos e diálogos nulos e seqüências inexplicáveis. A necessidade de oferecer cenas de ação a partir de qualquer estímulo e oportunidade é agarrada firmemente por Lin a partir da sugestão do roteiro, e impressiona que essas surjam, na maioria das vezes, com naturalidade. E quando todos pensaram que veriam disputas entre carros tunados como acontecia nos primeiros filmes, esta quinta parte simplesmente ignora e corta. Elas não existem aqui. É visível que o interesse da franquia passou a ser outro, quer ser mais prudente seguindo o amadurecimento de seus protagonistas. Para quem se decepcionar com este fato, terá de se contentar apenas com uma disputa entre viaturas.

Justin Lin cria um filme grosseiro abarrotado de cenas movimentadíssimas, destaque para uma em seu ato final a qual uma perseguição domina e incendeia o longa com seu absurdo funcional. Há também no meio de tanta correria uma dose de violência física protagonizada pelos gigantes Vin Diesel e Dwayne Johnson, este segundo vive um policial implacável e de índole questionável. O Rio de Janeiro em cena constata uma visão de um povo que não a conhece como os brasileiros e termina retratada segundo a noção estereotipada que alguns gringos tem do Brasil.

Mulheres semi nuas, favelas, corrupção, violência e futebol são detalhes que praticamente insinuam fazer parte da terra Tupiniquim sem precisar utilizar pontos turísticos afim de situar o público. E essa idéia deverá incomodar muitos brasileiros. No entanto, ao tentarmos ignorar isso, e nos concentrarmos somente no filme e o que esse trata em sua narrativa, perceberemos que “Velozes e Furiosos 5” cumpre bem sua proposta e ganha pontos por resgatar personagens dos projetos anteriores. O popular ator português Joaquim de Almeida também dá as caras como um antagonista furioso, mas não tão veloz. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário