sábado, 14 de maio de 2011

Proseando sobre... Padre


“Padre”, novo filme de Scott Stewart, baseado nos quadrinhos do coreano Hyung Min-Woo, sofre para trazer em cena algo verdadeiramente funcional. E para piorar, compromete a carreira de Paul Bettany que há algum tempo não oferece nada de especial. Os dois já haviam trabalhado juntos no fracasso “Legião” e retornam com um filme duvidoso sobre um conflito entre a igreja e vampiros. Na espera de alguma novidade, não resta nem o interesse de rever o já visto – com um amontoado de cenas de ação aborrecidas – por simplesmente falhar ao tentar nos prender atenção. Não há reza que irá salvar esse “Padre”.

Sem muita expectativa, aguardando um filme sombrio, nos adentramos ao cinema pretendendo desfrutar de qualquer diversão. O clima sugere perigo, mas este perigo é frágil, contando que o herói da história seja um verdadeiro avassalador de vampiros monstruosos e carniceiros que felizmente não brilham no sol. Aí fica difícil algo aterrorizar. Demora muito até que um conflito interessante aconteça e outros que, provavelmente aconteceram, foram cortados sem qualquer pena no filme, ou o orçamento não tinha como cobri-los. A cena em que 3 padres enfrentam o vilão é completamente ignorada.  

Os Padres foram guerreiros treinados pela igreja para lutar contra os vampiros que amedrontavam os humanos e venciam exércitos por serem mais ágeis e fortes. O planeta foi devastado durante esse embate secular. Mas, 5 Padres tomaram a dianteira e dizimaram essa população sanguinária restituindo uma paz imperada pela igreja de uma maneira segregadora e contraditória. No entanto, algo está acontecendo, o irmão do personagem de Bettany foi atacado e teve sua filha sequestrada. O responsável pelo feito aparenta não ser nem humano e tampouco vampiro pelas marcas deixadas. Há algo novo surgindo e é preciso ser contido.

A direção de Scott Stewart não busca em nenhum momento explorar a temática que insere seus personagens. O contexto é um fascismo religioso dominado por senhores que utilizam do poder da fé para angariar fiéis e ameaçam qualquer um que contrarie tal ortodoxia. Este símbolo imperador é retratado com decência por Christopher Plummer que vive o Monsenhor Orelas. Interessante, também, é o papel de um homem que cria superstições e ensina como lidar com elas, ganhando pelos dois lados, vendendo solução para o inexistente. O roteiro com potencial de ser algo a mais do que um filme de vampiros contra humanos consegue o feito de nos distanciarmos do que realmente interessava ao propor combates mornos com alegorias formidáveis. As cruzes que se transformam em punhais e pequenos crucifixos que se convertem em shurikens fascinam. Mas é pouco. É quase nada.

Decidido em entreter, o filme de aspecto obscuro revela o poder que estamos sujeitados e a ignorância mediada pelo consentimento sem questões. A inserção, portanto, é num mundo turvo, infeliz, nocivo, e a fotografia de Don Burgess não se cansa de salientar esse cenário mórbido cujo sol, quando este dimana, pouco ilumina. O que resta então é se rebelar e fazer algo por si não importando quais sejam as conseqüências: e o Padre não estará sozinho nessa aventura. Ao seu lado o jovem xerife Hicks (Cam Gigandet), cujo talento com armas pouco ajuda, e a corajosa sacerdotisa (Maggie Q), tão habilidosa como o Padre, tentarão salvar o mundo. E tentarão motivar continuações estebelecendo uma nova franquia. Será que rola?


Um comentário:

  1. Vou assistir...
    Pelo trailer deu para perceber que eles introduziram uma nova conotação para a idéia de ser padre.
    Fiquei intrigado por você questionar até a possibilidade de continuação para firmar uma nova franquia...

    Estou te seguindo, me segue aí...
    www.eissoaicampeao.com
    (é blogspot também)

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