segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Proseando sobre... Salt


Angelina Jolie revive uma efígie em “Salt” que anos atrás lhe fez alcançar sucesso mundial: uma heroína armada e letal. A atriz que deu vida a Lara Croft em “Tomb Raider”, fez par com seu marido Brad Pitt no bagunçado “Sr. e Sra. Smith” e participou do exagerado “O Procurado” com tatuagens e sensualidade, vive agora uma espiã treinada pela ex União Soviética infiltrada na CIA em solo norte americano. Quando requisitada para entrevistar um russo preso recentemente, este revela – dando um susto em todos – que a entrevistada nada mais é do que uma espiã. A partir disso, Evelyn Salt terá de correr contra o tempo e usar de todas as suas habilidades – e olha que são muitas – para fugir de seus próprios parceiros e defender seu marido.

A direção a cargo de Phillip Noyce que já havia trabalhado com Jolie no bom “O Colecionador de Ossos” é burocrática e pouco ousada no desenvolvimento de sua trama, escrita por Kurt Wimmer de “Equilibrium” e “O Novato”, portanto, seu frisson narrativo é brilhante e as sequências de ação são mais do que empolgantes. O projeto tem claras pretensões de alavancar uma nova franquia, buscando ações inovadoras e de criatividade mutua, desde a coreografias até as baladas musicais enérgicas de James Newton Howard. Dividindo as atenções com a protagonista, o californiano branquelo Liev Schreiber some quando ao lado de Jolie, enquanto Chiwetel Ejiofor, ignorado pelo roteiro, dá um tom de curiosidade e tendencioso a um policial perseguidor implacável. 

Com o filme nas costas, como em outros projetos passados, Jolie vigora uma astúcia sexy a sua personagem precisamente cruel quando derruba filas de homens perseguidores. Passando de loira a morena, a atriz irá acelerar os batimentos cardíacos de seus apreciadores em tomadas simples transformadas em fetiche voyeur e isso não torna o filme superficial e sim, assustadoramente original, apesar da inexorável destreza de sua protagonista, ela garante um charme que faz de “Salt” sedutoramente perigosa. Também pudera, num ato final, um estrangulamento nunca foi tão atraente.  

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