sábado, 20 de novembro de 2010

Proseando sobre... O Preço da Traição


Amanda Seyfried vem se destacando em Hollywood. A atriz de 24 anos, neste ano, tem aparecido muito no cinema em vários trabalhos assumindo o protagonismo. Em “O Preço da Traição”, refilmagem americana do original francês “Nathalie X”, estrelado pela dupla Emmanuelle Béart e Fanny Ardant, a atriz vive Chloe. Ela é uma jovem acompanhante contratada por Catherine Stewart para seguir seu marido David, uma vez que está desconfiada de sua fidelidade graças a um atraso numa festa surpresa, seguida por uma mensagem comprometedora no celular.

A desconfiança dos espectadores quanto às atitudes de Chloe irá conduzir uma trama cheia de segredos que abusa da sensualidade de suas protagonistas (Seyfried e Julianne Moore), em cenas quentes que envolvem as duas mulheres. Em outra instância, David, vivido pelo inconstante Liam Neeson, é uma incógnita fortificada pelo roteiro misterioso de Erin Cressida Wilson que camufla artifícios enganosos prevendo confusão e dúvidas do público.

Neeson é o alvo. Seu personagem ressalta uma autoridade enquanto um professor universitário admirável, e combinado a sua estima pelos alunos, especialmente por algumas alunas, acaba por confirmar as razões das suspeitas de sua mulher – quase condenado em uma cena idealizada por Chloe. As relações entre os personagens ganham ênfase na curiosidade e na submissão: em um primeiro momento, o julgamento de Catherine, que percebe David distante fortalecendo sua paranoia; num segundo, sua ligação surpreendente com a ninfeta, revelando um desejo reprimido e inutilmente censurado quando se entrega as investidas da loira.

O diretor egípcio Atom Egoyan foi o responsável por essa refilmagem americana, que fatalmente se entregou a maneirismos hollywoodianos com finais espantosos, verdadeiros disparates. A cena final é um culto ao exagero que impressiona. Por sua vez, Egoyan ao menos conduz com sabedoria os atos de Chloe cujas ações enigmáticas fazem dela intimamente inacessível. Seyfried transmite tanto inocência quanto frieza, e em sua psicopatia, seduz irresistivelmente. A atriz se encarrega de transformar o filme de um drama casual num envolvente thriller cheio de detalhes, embora a previsibilidade exploda já no segundo ato da projeção, tornando-o maior do que realmente é. Apostando no talento de Amanda Seyfried, aqui provocante e desinibida, os realizadores firmam uma narrativa que agrada e evidencia uma atriz com um futuro promissor.

    

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