sábado, 27 de novembro de 2010

Proseando sobre... Esquadrão Classe A



Uma dos grandes trunfos para um filme funcionar é a química entre os atores. Nesse “Esquadrão Classe A”, há 4 homens que fazem o filme valer o ingresso, ou no caso, a locação. Chegou recentemente nas locadoras. Baseado numa série de TV de bastante sucesso, este projeto do bom diretor Joe Carnahan (“Narc”) consegue fazer proezas com um roteiro fraco e bagunçado, tudo porque conta com personagens interessantíssimos, engraçados e heróicos, no ponto de promover recreação em meio à ação ininterrupta que se delonga dos primeiros minutos ao fim da projeção. É o bastante para não condena-lo ao esquecimento, viabilizando o surgimento de uma nova franquia vencedora pelo carisma. Há uma moda referente a filmes de ação que se apóiam no bom humor. Diante tantos, esse trabalho com certeza se sobressai.

Carnahan, costumeiramente envolvido em projetos policiais, assume a direção e demonstra habilidade na condução de uma história movimentada, cheia de sacadas e bom humor. Na orientação aos atores, demonstra autoridade, e tira deles muita energia que infla e movimenta o filme – o roteiro deixa de importar. A história conta sobre um grupo militar renegado envolvido em missões sigilosas. Vários anos passam com os quatro desenvolvendo técnicas de combate das mais inusitadas, independentes de aparatos militares, mas utilizando criatividade, coragem e brio para enfrentar as táticas pensadas por Hannibal (Liam Neeson), o líder.

Não é preciso dizer que uma missão dá errado trazendo conseqüências à carreira dos quatro. Aí, as coisas mudam. De referências militares passam a ser criminosos perseguidos pelos Estados Unidos. O esquadrão perfeito se vê em combate por um outro ideal: a prova de sua inocência. O grupo, encabeçado por Hannibal, conta ainda com o engraçadíssimo Cara de Pau vivido pelo talentoso Bradley Cooper; o insensato Murdock (Sharlto Copley) e o bom de briga B.A. Baracus (bem atuado pelo lutador profissional Quinton Jackson). Ainda há a beleza de Jessica Biel desorientando os heróis e Patrick Wilson contido no antagonismo.

Com certa elegância, o filme atinge seu grande público levando até eles o que exatamente querem: entretenimento puro sem compromisso. Nesse ponto, o filme acerta e convence com flertes, tiros, explosões; mas há quem procure algo ainda melhor, mais profundo, contando que se trata de um longa potencialmente capaz de exprimir algo inteligivel e aí, falha. Longe de tanta pretensão, o filme nunca desejou ser eternizado, – olhem, já fora no passado –   no entanto, alguns de seus personagens deverão ser lembrados por essa geração dominada pelos populares blockbusters. De um bom tela quente deve se tornar um clássico da sessão da tarde.
  

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