quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Proseando sobre... Kick-Ass – Quebrando Tudo


Kick-Ass, herói nerd
“Kick-Ass – Quebrando Tudo” é diferente, irresponsável, exagerado e abusado. Todas essas características servem para definir sua diferenciação quanto à tradição e o metrificado cinema Hollywoodiano; e quão ousada uma produção de gosto discutível pode se arriscar a ser. Com a corda no pescoço, o diretor Matthew Vaughn, enfrentando várias recusas das produtoras norte-americanas, decidiu bancar seu filme e concebê-lo do seu jeito, de maneira que fizesse todo o sentido a graphic novel de Mark Millar a qual a história foi baseada. Descompromissado com padrões populares, sinal de que felizmente em Hollywood há ainda quem não se vende, Vaughn cria um dos melhores filmes do ano. 

Criativo em seu ponto de vista narrativo, hilário na concepção de seus personagens e nada recatado quanto às funções estabelecidas a eles, “Kick-Ass” chuta o balde e paira no universo nerd centrando nos interesses de 3 amigos: mulheres, tecnologia, HQ's e super heróis. Filosofando sobre a possibilidade de serem reconhecidos por grandes feitos, o trio discute características de heróis fictícios, questionando a chance de assumirem as responsabilidades tal quanto eles. Para isso, o jovem Dave Lizewski (Aaron Johnson) decide tomar alguma atitude e se aproximar daqueles que sempre acompanhou nas revistas e nos cinemas. Compra uma fantasia verde pela internet e inspirado por aspirações heróicas, vai para as ruas em busca de situações que exijam sua intervenção. 

Big Daddy e Hit-Girl em ação
Adotando o codinome Kick-ass, Dave cai na real após levar uma surra que lhe rende fraturas e hematomas. Seu fracasso reflete sua história no cotidiano onde é invisível para as mulheres, em especial para Katie, a musa de seus sonhos. Após sair do hospital, fica isento de dores pela reconstituição de alguns membros e novamente se aventura, apesar do recente fiasco, a ser um super herói. Predestinado a se dar mal, o jovem também não tem lá grandes esperanças de chamar a atenção de Katie (Lyndsy Fonseca) e reforçado pelos amigos, assume uma segunda farsa visando à oportunidade de aproximação da garota: ser gay. Não é ingênuo por parte de seu diretor travestir sua história imaginativa numa composição da cobiça envolvida na mente de um jovem. A fantasia é elegantemente empregada, com cores fortes evocando uma graphic novel no longa, mérito da fotografia de Bem Davis, constituindo uma experiência visual fascinantemente absurda, e singular na concepção de um projeto original e bem representado. A trilha sonora também soma e empolga. 

Hit-Girl ( Chloe Moretz) é a melhor personagem da história
Nicolas Cage, um declarado apreciador de histórias em quadrinhos, vive no filme um pai otimista com um plano de vingança envolvendo sua filha Mindy. (Chloe Moretz). Ele é Damon Macready, o Big Daddy, que treina a pequenina garota com arsenal militar e tiros à queima-roupa. Já Mark Strong, novamente encarnando um vilão, corrobora seus últimos papéis na telona. Diante outros e ótimos personagens, o longa resulta numa personagem em especial que não economiza nos palavrões, conhece tudo sobre armas e é capaz de derrubar filas de homens armados atirando em suas cabeças e os cortando em pedaços. Hit-Girl rouba as cenas com seu carisma de menina, inocência escondida por trás de uma máscara, nunca se intimidando com violência. Ela toca o terror e se transforma, de longe, na mais notável personagem da história e uma das mais interessantes de se acompanhar no cinema recente. Quem espera encontrar entretenimento barato em “Kick-Ass” terá uma agradável surpresa!

Um comentário:

  1. Esse filme é muito divertido, e abusado como vc disse. Nicolas Cage perde toda nossa atenção para Chloe Moretz. Essa menina é demais. Com certeza, uma grande promessa pro cinema americano.
    Ahh, deixa eu divulgar meu blog tbm!? www.cinemaentreaspas.com.br
    Valeu!!!

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