sábado, 12 de fevereiro de 2011

Proseando sobre... Santuário



A nova aposta de James Cameron no 3D é “Santuário”, filme que traz uma expedição de um grupo apaixonado por aventuras cujas ambições referem-se a ultrapassar os limites humanos. Eles encontram uma imensa caverna, quase inacessível e decidem explora-la até o fim, observar sua beleza e claro, serem os primeiros a passarem por ali – quem sabe figurar em alguma capa de revista famosa com o feito. O percurso reserva grandes desafios e tudo é perigoso. Segundo um dos exploradores, um único erro pode custar a vida. A sensação local é claustra, insegura, e nas pequenas passagens que os personagens juntamente a câmera adentram quase nos tira o ar. Essa impressão permanece e incomoda, ainda mais com a tridimensionalidade fortalecendo nossa percepção de que estamos presos, sem fôlego. A produção executiva de James Cameron corrobora o único grande êxito do longa: fazer-nos sentir mal e provocar diversão com isso. Soa estranho, mas é essa a proposta.

Iremos conhecer cavernas inexploradas cuja acessibilidade é precária. Iremos também acompanhar um duelo de egos que se seguirá do início ao fim da projeção. Carl (Ioan Gruffudd, mais conhecido por viver o Senhor Fantástico na franquia “Quarteto Fantástico”) e Frank (Richard Roxburgh) duelarão para chegar na frente nos lugares e serem os primeiros a ver a beleza que tais cavernas inóspitas reservam. E de fato são muitas. O lugar inteiro encanta, a sensação bucólica no início do filme é um trunfo nos fazendo sentir bem para logo após tirar nosso ar. A equipe desce e tudo se inicia. Temos a informação de que uma tempestade está se aproximando, mas isso não parece preocupar os aventureiros acostumados a diferentes adversidades. A coisa toda fica feia quando descobrimos que essa tempestade converteu-se num ciclone e todos devem sair de lá o mais rápido possível. Logicamente, eles ficam presos e tem que correr contra o tempo e ter muita sorte para sobreviver. A água irá inundar toda a caverna e não há caminho para fugas.

A direção é do desconhecido Alister Grierson que sem espaços para novidades, utiliza do básico para atingir sucesso e pelo menos cumprir o que o longa propõe: uma experiência sensorial aflita. O roteiro se baseia inteiramente numa aventura mortal e pela limitação espacial, procura investir na personalidade de seus personagens cujos egos inflados subsidiam constantes desentendimentos. Há ainda uma discussão sobre a vida, sobre pessoas feridas tornarem-se fardos e o que, naquelas condições, podemos fazer por elas. Isso deverá dividir o público que passará a concordar com um ou outro personagem. A moral fica de lado nessa questão e a história toma sim um partido, seu diretor parece saber o que é melhor e coloca isso em cena. Desesperador, o cinema tem feito muitos trabalhos que estimulam sensações parecidas vide “127 Horas” e “Enterrado Vivo”. Esse “Santuário” é uma verdadeira viagem que testa os limites físicos e psicológicos humanos, tanto de seus personagens quanto do público.



O FILME ESTÁ EM CARTAZ EM POÇOS DE CALDAS PELO MENOS ATÉ DIA 17 (QUINTA), ÀS 16h50, 19h15 e 21h40.



Nenhum comentário:

Postar um comentário