quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Proseando sobre... O Besouro Verde


Seth Rogen funciona bem em comédias que envolvem nerds. O estilo parece não abandonar o ator já especialista no assunto e agora ele vem tornar-se herói. Bem, ao menos seu novo trabalho se relaciona a filmes sobre heróis. Longe de ser um exemplo heróico a ser seguido, o personagem de Rogen é melhor compreendido como um aproveitador da inteligência e capacidade de outro fazer a diferença. Em cena “Besouro Verde”, o novo longa do diretor francês Michel Gondry que tem passado longe de realizar trabalhos tão importantes e envolventes como os passados “Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças” e “A natureza quase humana”. Aqui ele investe no mundo dos heróis dos quadrinhos e concebe um anti-herói.

Conhecemos Britt Reid ainda criança sendo frustrado pelo pai, Jack Reid (Tom Wilkinson), famoso diretor de um influente jornal local. Muitos anos mais tarde, veremos Britt cheio das regalias, longe de querer herdar a liderança do pai e sendo protagonista de escândalos vivendo em festas banhadas com bebedeiras e mulheres. Tal postura é condenada por Jack que minutos depois irá morrer de uma causa bastante curiosa. O filme engata à marcha nesse ato colocando o jovem irresponsável e irritante Britt a frente da empresa. Sem talento para nada, se revela frívolo nas empreitadas com muito pouco a acrescentar seja lá onde se relacione. Por sorte, conhece o homem do café, Kato (Jay Chou), um cara oposto a sua persona com intelecto admirável e com uma habilidade nas artes marciais que chamaria atenção de qualquer grande mestre. Não é à toa o desenho de Bruce Lee entre seus rabiscos.

Michel Gondry explora o potencial de seu protagonista, mas esse é fraco e indigesto. Agüentar Britt é uma tarefa árdua ficando quase impossível torcer por ele. Seth Rogen ajuda a esvaziar o personagem com sua postura fruto de filmes chapados anteriores como “Segurando as Pontas”. Em compensação, Jay Chou se não tem talento interpretativo, ao menos possui carisma e ganha pontos por seu personagem ser simples e propenso a aspirações futuras – sem falar que suas elaborações e construções chamam a atenção do público. O roteiro aborda essa dupla creditando muito mais o primeiro. E isso é absolutamente compreensível. Os dois decidem arrumar um uniforme, criar uma identidade oculta e ir as ruas fazer algumas justiças. Chegam então ao “Besouro Verde”. E que confusão reserva as aventuras desses dois dispostos a chamar atenção posando – acredite se quiser – de vilões.

No longa Cameron Diaz aparece vivendo a personagem feminina responsável por desentendimentos entre a dupla central, e responsável também pelos caminhos os dois irão trilhar para serem temidos na cidade. Por outro lado, o australiano oscarizado Christoph Waltz é o antagonista pouco levado a sério, mas que nunca se inibe em tocar o terror e deixar corpos pelo caminho. Sua necessidade de ser temido e impressionar é divertida, mas infelizmente pouco explorada. Que o diga o personagem de James Franco – que aparece numa ponta – vítima dessa obsessão. Waltz é Chudnofsky, líder do tráfico e dos crimes na cidade e ele tem tanto domínio que nos causa estranheza, ficando compreendido somente no terceiro ato da trama quando algumas questões se revelam. O filme se beneficia desse ponto e coloca ordem na bagunça. Parece que aí Gondry, apagado diante sua já conhecida competência, mostra a que veio e torna tudo melhor. Note que até os personagens, tanto os centrais como os de apoio, crescem e ganham mais atenção. Porém fica nisso e sem muita ousadia, “Besouro Verde” termina apenas como uma boa diversão.

 Eu vi, achei muito ruim, as história em si é legal,mas o roteiro não ficou bom, as cenas de ação são forçadas...não gostei.
@DanielHerculano 'Besouro Verde' é uma sessão da tarde.


Um comentário:

  1. Ainda não vi o filme, mas pelo seu texto parece ser um filme um pouco arrastado. Pretendo ver.

    ResponderExcluir