sábado, 19 de fevereiro de 2011

Proseando sobre... Caça às Bruxas


São inúmeros os fãs de Nicolas Cage. Esses foram conquistados por conta de filmes populares onde o carisma do ator seduziu. Mas Nicolas Cage é mesmo um bom ator? Ou será que não sabe escolher projetos para atuar? Talvez esteja precisando de uma graninha? Ou é mal gosto mesmo? Seu novo projeto é “Caça às Bruxas”, filme que traz dois guerreiros lutando em cruzadas sangrentas em nome de Deus. A cena inicial pode até empolgar, mas comparada a vários outros filmes – pelo menos quem vai ao cinema regularmente – percebe que elas não tem nada de tão impressionante quanto se supunha. Esses dois guerreiros são o herói Behmen (Cage) e seu parceiro fiel Felson (Ron Perlman) e juntos, após matar centenas, percebem que algumas mortes foram injustas e se revoltam contra o que acreditavam. A crise de consciência – e isso parece piada – dessa dupla irá abrir o filme.

O filme é dirigido por Dominic Sena (“Terror na Antártida”, “60 Segundos”) e percebemos que o cara não tem lá muito jeito para despertar nossa atenção com o que acontece na narrativa passiva de seu novo trabalho. O que se segue é uma seqüência de eventos os quais poderíamos supor antes mesmo de acontecer: não é difícil, o rumo que “Caça às Bruxas” toma nunca é diferente do que estamos acostumados a ver e seu diretor em momento algum utiliza algo verdadeiramente novo. Para explanar, os dois amigos logo após se desligarem da legião que defendiam, descobrem a Europa devastada pela peste negra e seus líderes colocando a culpa nas bruxas. No percurso ambos são presos, mas logo incumbidos de levar uma jovem bruxa até um morasteiro para que essa seja julgada – felizmente não é só para isso – e nesse caminho irão se deparar com tormentas e tentações dessa garota engaiolada.

Caso permita-se divertir com o que está rolando, irá conseguir, há alguma ação e algumas piadas cuspidas por vezes sem propósito (leia-se sem sentido).  As caracterizações de Behmen e do fiel escudeiro Felson são até bem feitas, entendemos que são grandes e inseparáveis amigos e que um daria a vida pelo outro. Esse é um viés que o roteiro poderia explorar melhor, mas esquece para se concentrar na ira contra as bruxas – e se pegarmos a história, a santa inquisição e afins, esse filme irá apenas centrar seu argumento numa proposta metafísica que não existiu e padecer na crença da magia e derivados. Mas se trata de uma ficção, ainda assim seu conteúdo é discutível. E voltando a falar do astro central inexpressivo, Nicolas Cage apenas enfeita, vive um bom herói que topou fazer o serviço para defender sua espada. De cada 6 projetos ruins, Cage realiza 1 bom. Que essa média melhore pelo bem do cinema.  



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