quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Proseando sobre... A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 1


 Há quem ame, há quem odeie, há quem seja indiferente. A saga “Crepúsculo” caminha para seu final, segue mutilando a história construída sobre vampiros durantes décadas. Isso é motivo de críticas de muitos. Não consideraria tal fato, sou a favor de adaptações, criações, muito embora essa concebida por Stephenie Meyer seja quase impossível de se levar a sério. Este universo novo proposto pela escritora não é charmoso, nem convincente e tampouco interessante enquanto cinema, no entanto há nele uma isca funcional, não só através de seus personagens fantásticos – lobisomens e vampiros –, mas na fusão do real e o imaginário. Estamos diante um relacionamento entre uma mortal com um imortal. Há muito em jogo. Parece ser o bastante para que milhões se deslumbrem com o que acontece em cena, mas será que esta saga tem, de fato, potencial para ser glorificada como está sendo? Será “Amanhecer” um capítulo capaz de fortalecer tudo o que já fora apresentado até agora?

As respostas são óbvias. Não. A relação do fã com seu ídolo não precisa ser questionada, ainda mais tratando-se de uma série cujo grande interesse é alimentar o público e buscar o lucro. Com orçamentos milionários, os filmes garantiram melhorias técnicas, algo que possibilitou uma ressalva artística frente uma história insossa. A direção de arte contaminou os filmes após o lançamento de “Crepúsculo” – pena que tal atributo significativo tenha sido tomado pelo exagero nesse último. A fotografia é outro ponto frouxo nesse recente projeto, comparado aos outros. Então a saga que vinha melhorando retrocedeu? No ponto de vista narrativo, sim. Era mesmo preciso transformar o último livro em dois filmes?  Pouco provável, uma vez que “Amanhecer parte 1” oferece muito pouco.

Se artifícios técnicos garantiam a sessão daqueles desinteressados pela trama, então este trabalho irá frustrar ainda mais. Vale ressaltar que não é uma profunda perda de tempo, não diante a outras obras ordinárias lançadas anualmente. Visto que o longa tem um público muito bem definido, não há como ousar criticar sua funcionalidade com os fãs. Eles gostam, apreciam, se deslumbram e às vezes enaltecem com tanta demasia que chegam a gritar no cinema, fundindo adoração com falta de educação. O cinema é uma forma de arte, pena alguns não o compreenderem como tal. Se ao menos a elaboração de Woody Allen em “A rosa Púrpura do Cairo” fosse possível, tais reações seriam compreensíveis.

Bella (Kristen Stewart) finalmente se casa com Edward Cullen (Robert Pattinson) e engravida durante a lua de mel no Rio de Janeiro. Tal fato já garante um oceano de questionamentos por parte dos espectadores e dos personagens sobre possibilidades disso acontecer. Ao que parece, ninguém detém a resposta. Ignoro completamente isso, o cinema já nos apresentou muito nonsense, essa dá pra passar. O lobisomem Jacob (vivido pelo descamisado Taylor Lautner) aceita a contra gosto o casório, se rebela, mas cede. Ao menos seu personagem tem uma função mais enérgica na trama, impedindo-a de se empalidecer. Situações levam os lobos a enfrentarem os vampiros, colocando em risco a vida de Bella e do bebê. Este bebê, naturalmente, não é um bebê qualquer e condenará a vida da mãe mortal. Um lapso de discussão a respeito do aborto é tentado, porém logo é abandonado.

Com cenas românticas capazes de fazer os fãs se derreterem, e um aperitivo a mais para os brasileiros através de passagens no Rio em plena festa, esta primeira parte de “Amanhecer” se mostra frágil na apresentação de idéias. Quer explorar o romantismo sobrenatural transformando seres sanguinários em predadores tolerantes. A censura talvez explique qual é a demanda, sendo o público alvo o infanto juvenil. Não estranharia se em uma versão brasileira Xuxa e seus costumeiros elencos fossem os escolhidos para escalar os papéis principais. As atuações nada acrescentam, o destaque fica para uma coadjuvante, Anna Kendrick. Há uma defesa, o que há de melhor nesse trabalho é a comédia involuntária. Passagens bem humoradas garantem um suspiro no pedantismo. Há também um trabalho de efeito fenomenal, acentuado no emagrecimento de Kristen Stewart – o que, claro, não justifica um despertar maquiado num ato posterior inverossímil. “A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 1” não é um desastre, não mesmo. Mas para uma série com tantos admiradores, resta a curiosidade sobre seu papel no cinema, uma vez que nada acrescenta a ele.

Bill Condon, o diretor, não foi mencionado durante o texto, pois pouco acrescentou a sucessão do longa, buscando um convencionalismo padrão a toda potência. 

5 comentários:

  1. Não vi esse filme e nem pretendo ver. mas seu seu blog é 10.

    http://portaldalinguainglesa.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  2. Para os fãs com certeza é muito esperado...
    Mas, já imaginava que is a ser assim.. mais ou menos ;P

    ResponderExcluir
  3. Esse filme é maravilhoso, mas ainda não vi os outros, amanhecer, lua nova... Pena, mas acredito são do mesmo grau que crepúsculo, maravilhosos. Seguindo, segue? mariibrigadeiro.blogspot.com

    ResponderExcluir
  4. Eu ainda não vi esse, somente os outros. Achei a série amanhecer (filme) muito ruim, Eclipse é pra ri de tão ruim que é o filme. Acho que de todos, o primeiro filme foi o melhorzinho.
    Seguindo :D
    http://seriesbooksmovies.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  5. Definitivamente tenho preguiça de toda a saga, mas como os adolescentes estão diariamente falando, li todos os livros. Só vi um dos filmes e agora repensei sobre ir ver esse. A autora tem todos seus méritos de conquistar a massa, a saga toda conseguiu bilheterias enormes e tudo mais, que é o que queriam, algo comercial que atingisse um público infanto juvenil, agora, acrescentar algo ao cinema nunca foi nem será algo atingivel, ainda bem.

    ResponderExcluir