domingo, 20 de novembro de 2011

Proseando sobre... O Retorno de Johnny English


O agente secreto atrapalhadíssimo Johnny English está de volta. Anos depois do sucesso do longa lançado em 2003, uma sequência demorou para ser feita. Ela finalmente chegou, demorou 8 anos desde o lançamento do personagem na telona e Rowan Atkinson finalmente a retomou. Há pouco tempo o ator aposentou sua mais notável criação, o icônico Mr. Bean. Aos seus fãs, uma grande oportunidade para rever os trejeitos do intérprete herdados de Bean. Outra vez metido em sérias confusões, English, anteriormente exilado após uma falha crucial em Moçambique, é chamado às pressas para uma missão na Inglaterra. Eis uma outra chance, um outro filme e outras graças.

Abarrotado com um humor que referenciam a Mr. Bean, e isso talvez se dê ao fato de ter sido escrito por Hamish McColl, o cérebro por trás da história de “As férias de Mr. Bean”, este longa metragem funciona muito bem como sátira de filmes de espionagem, especialmente 007. Há carros e mulheres bonitas em volta do protagonista, igualmente ao modelo estabelecido na primeira empreitada. A diferença deste é centrar muito mais no espião, enfatizar sua arrogância orgulhosa quando pensa estar desempenhando um bom trabalho – fato auto motivador – e também ao demonstrar em detalhes as artimanhas furadas de seu método nada categórico de desenvolver as investigações.  

Dirigido por Oliver Parker, cara que recentemente trouxe às telonas uma nova adaptação de “O Retrato de Dorian Gray”, o filme é entusiasmado, reconhece o talento de seu protagonista em carregar sozinho a história e as piadas. Ele começa bem, mas vai despencando em autenticidade quando notamos repetições de idéias, sobretudo para quem conhece vários dos episódios da série “Mr Bean”. Atkinson é cômico, brilha, mas vai perdendo a força à medida que tantas piadas acabam sendo muito mais importantes que o roteiro. Este é visivelmente perdido e furado. Situações são jogadas em nosso colo e ninguém parece disposto a querer explicá-las.

A premissa da obra traz Johnny English treinando com monges, aprendendo novas técnicas e lições, até ser recrutado com chances de receber o perdão da Rainha, restituindo assim o posto que havia conquistado. Trabalhar essa idéia é algo ignorado por McColl, economizando atos a fim de favorecer novas possibilidades de recreação. Para isso vale de tudo, até caracterizar o vilão como uma senhora oriental fortemente armada. O trabalho ainda conta com Gillian Anderson de “Arquivo X” e com uma ex-bondgirl, a atriz Rosamund Pike – escolha bastante feliz ao constatarmos sua função em “Um Novo Dia Para Morrer”. E a personagem Lorna Campbell, vivida pela cantora Natalie Imbruglia no primeiro filme? Ninguém se lembrou de contar que fim ela levou. Explicações, realmente, não parecem interessar seus realizadores.

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