quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Proseando sobre... Atividade Paranormal 3



 Tem gente que vai olhar e questionar o porque fizeram mais um. Há o apelo comercial por trás, sem dúvidas, mas também existiu a necessidade de se fazer algo que trouxesse a origem dos apavorantes eventos. É a desculpa para outro filme, o terceiro, caso ignorem a realização em Tóquio. E se continuações costumam decepcionar, às vezes até mais, costumam destruir o que já foi criado, então nos resta com esse comemorar. “Atividade Paranormal 3” não é nenhuma bomba, longe disso, é uma feliz surpresa, não banaliza o original e ainda acrescenta novidades na história.

A estrutura é a mesma. O formato também, com algumas ressalvas. Câmera em punho, enquadramentos, trabalho profissional. O filme se passa em 1988, antecedendo a história dos outros dois, trazendo, dessa vez, um cinegrafista de casamentos, Dennis (Christopher Nicholas Smith), decidido em descobrir o que são os estranhos barulhos acontecidos de madrugada. A narrativa é idêntica, naturalmente, no entanto tem algo extra para ser contado. Há ainda a relevância histórica, as fitas daquele ano foram arquivadas. A história somente ocorre quando elas são descobertas e revistas. Completando a família, a esposa Julie (Lauren Bittner) e suas duas meninas, Katie (Chloe Csengery) e Kristi (Jessica Tyler Brown) – as protagonistas dos dois primeiros filmes.      

A direção é da dupla Henry Joost e Ariel Schulman de “Catfish”. Eles esboçam novos princípios a trama renovando-a. O auxílio de efeitos especiais e de um personagem cômico contribui para a narrativa não ser tão engessada e formulaica igualmente as anteriores. Se a expectativa perdurava antecedendo inevitáveis sustos, aqui o roteiro vai direto ao ponto, preparando terreno para as assombrações se manifestarem sem demora. Vale até um lençol imitando um fantasma – uma das melhores sacadas do roteiro – e também a lembrança da maldição Bloody Mary em frente a um espelho. Já a ambientação não é tão exaltada, a não ser pela referência a “De Volta para o Futuro” e os tipos de câmera da época.     

O que compromete a trama são algumas cenas que, por sua vez, não permitem que a obra torne-se crível em absoluto, como a câmera mais parecendo uma extensão do corpo de Dennis nas horas mais inapropriadas. Entendemos sua profissão e fixação pelo objeto, bem como seu voyeurismo – a proposta de filmar um ato sexual denuncia sua adoração pelo que a máquina proporciona. Ainda assim, custa acreditar em sua capacidade de largar para trás a família e as roupas, exceto a câmera. Se ignorarmos tal fato, o filme melhora, pois é limpo e sem pretensões de causar o mesmo espanto que seus antecessores. Esse garante admirável autenticidade, algo visado pela série em seu prelúdio e que quase se perdeu com o esgotamento de idéias cujas intenções eram exclusivamente aterrorizar.  


2 comentários:

  1. Não é o melhor da série como dizem por ai, mas é o melhor terror no ano até agora. Os minutos finais são de parar o coração!

    http://cinelupinha.blogspot.com/

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  2. Eu fiquei com medo só ao ver o trailer. Ainda não tive tempo de ver o filme, mas logo o farei.
    Seguindo o blog. Passa lá pelo Sook e segue e comenta também.
    BjO

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