quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Proseando sobre... Sete Dias com Marilyn


O filme celebra uma verdadeira diva do cinema, Marilyn Monroe, contando um pouco de sua vida, seus jeitos, seus medos e seus amores – não em plena essência. Não se trata de uma biografia, longe disso, mas aspectos relacionados a uma fase da atriz, seu deslumbramento, doçura contagiante e conveniência ao seu inteligível papel na sétima arte. A irresistível persona da loura ganha a forma de Michelle Williams que a encarna com vigor e respeito. Baseado em dois livros de Colin Clark referente às suas memórias, acessaremos um lado diferente da atriz, longe do glamour e idolatria reconhecida, mas sim sua condição íntima com sofrimentos naturalmente humanos.

O charme vigente persiste e ronda toda a narrativa, no entanto, o que acompanharemos de início é o progresso de Colin Clark (Eddie Redmayne) para seguir carreira cinematográfica. Sua paixão pelo cinema era veiculada a nomes de alguns grandes realizadores, entre eles estavam Laurence Olivier e Alfred Hitchcock. A produtora do primeiro contrata Clark para dar assistência durante filmagens de um novo longa, “O Príncipe Encantado”, que traria Monroe como protagonista e o próprio Olivier dirigindo e atuando. Aí tudo muda! Não termos acesso a verossimilhança dos fatos originais quando intimidades nos são expostas.

Uma vez participando da produção, Colin Clark concretiza seu sonho ao lado do ídolo, Laurence Olivier (Kenneth Branagh). O roteiro de Adrian Hodges busca tratar com cuidado e sem pressa os supostos eventos naqueles tempos, desde as turbulentas vivências nas filmagens – atrasos e esquecimento de falas por parte de Monroe – até o romance febril entre ela e Clark. Nesse meio, vários personagens se somam, entre eles estão Arthur Miller (Dougray Scott), Sybill Thorndike (Judi Dench), Milton Greene (Dominic Cooper) e a eternizada Vivien Leigh (Julia Ormond). A direção sem tanta classe é de Simon Curtis.

Dentre notáveis constatações, é inegável que o filme é de Michelle Williams, seu provável mais importante trabalho que lhe rendeu consideráveis indicações e premiações. Comparações entre ela e Marilyn são inevitáveis, mas serão necessárias? A energia da narrativa está justamente na atuação, em sua estrela cintilante. Williams trabalha bem, dá dignidade e explora com desenvoltura a lascívia desinibida da loura ao passo que não se distancia de sua vulnerabilidade frente a algumas situações.  

Nesse cenário, retoma-se uma grande fase do cinema bem como algumas de suas mais importantes personalidades. É pra fazer qualquer cinéfilo se deleitar, embora o roteiro não enfatize nada e tampouco seja tão atrativo como se supunha, afinal, é uma produção com potencial considerável em vários âmbitos. Desta forma, com tão pouco a dizer, o que vale mesmo é o acompanhamento sugerido pelo livro de memórias para nos aproximarmos de quem realmente foram as figuras presentes. E Michelle Williams – novamente é importante frisar – com sua beleza estonteante e seus notáveis atributos físicos remetem diretamente a Marilyn Monroe e seu inesgotável encantamento. Aos fãs de ambas as loiras, é imperdível. 


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