O filme celebra uma verdadeira
diva do cinema, Marilyn Monroe, contando um pouco de sua vida, seus jeitos,
seus medos e seus amores – não em plena essência. Não se trata de
uma biografia, longe disso, mas aspectos relacionados a uma fase da atriz, seu
deslumbramento, doçura contagiante e conveniência ao seu inteligível papel na
sétima arte. A irresistível persona da loura ganha a forma de Michelle Williams
que a encarna com vigor e respeito. Baseado em dois livros de Colin Clark
referente às suas memórias, acessaremos um lado diferente da atriz, longe do
glamour e idolatria reconhecida, mas sim sua condição íntima com sofrimentos naturalmente
humanos.
O charme vigente persiste e ronda
toda a narrativa, no entanto, o que acompanharemos de início é o progresso de
Colin Clark (Eddie Redmayne) para seguir carreira cinematográfica. Sua paixão
pelo cinema era veiculada a nomes de alguns grandes realizadores, entre eles
estavam Laurence Olivier e Alfred Hitchcock. A produtora do primeiro contrata Clark
para dar assistência durante filmagens de um novo longa, “O Príncipe
Encantado”, que traria Monroe como protagonista e o próprio Olivier dirigindo e
atuando. Aí tudo muda! Não termos acesso a verossimilhança dos fatos originais quando intimidades nos são expostas.
Uma vez participando da produção, Colin Clark concretiza seu sonho ao lado do ídolo, Laurence Olivier (Kenneth Branagh).
O roteiro de Adrian Hodges busca tratar com cuidado e sem pressa os supostos eventos
naqueles tempos, desde as turbulentas vivências nas filmagens – atrasos e
esquecimento de falas por parte de Monroe – até o romance febril entre ela e
Clark. Nesse meio, vários personagens se somam, entre eles estão Arthur Miller
(Dougray Scott), Sybill Thorndike (Judi Dench), Milton Greene (Dominic Cooper)
e a eternizada Vivien Leigh (Julia Ormond). A direção sem tanta classe é de Simon Curtis.
Dentre notáveis constatações, é
inegável que o filme é de Michelle Williams, seu provável mais importante
trabalho que lhe rendeu consideráveis indicações e premiações. Comparações entre
ela e Marilyn são inevitáveis, mas serão necessárias? A energia da narrativa
está justamente na atuação, em sua estrela cintilante. Williams trabalha bem,
dá dignidade e explora com desenvoltura a lascívia desinibida da loura ao
passo que não se distancia de sua vulnerabilidade frente a algumas situações.
Nesse cenário, retoma-se uma
grande fase do cinema bem como algumas de suas mais importantes personalidades. É pra
fazer qualquer cinéfilo se deleitar, embora o roteiro não enfatize nada e
tampouco seja tão atrativo como se supunha, afinal, é uma produção com potencial
considerável em vários âmbitos. Desta forma, com tão pouco a dizer, o que vale
mesmo é o acompanhamento sugerido pelo livro de memórias para nos aproximarmos
de quem realmente foram as figuras presentes. E Michelle Williams – novamente é
importante frisar – com sua beleza estonteante e seus notáveis atributos
físicos remetem diretamente a Marilyn Monroe e seu inesgotável encantamento. Aos
fãs de ambas as loiras, é imperdível.
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