sábado, 10 de setembro de 2011

Proseando sobre... Deu a louca na Chapeuzinho 2


A desconstrunção da história de “Chapeuzinho Vermelho” surgiu há alguns anos com “Deu a louca na Chapeuzinho” como uma aposta curiosa e ousada diante a pretensão de se fazer uma nova história sobre o conto mundialmente conhecido. Inverter valores e dar novos significados aos personagens foi uma conquista bem elaborada pensando na hipótese da paródia de bom gosto. Não foi um grande sucesso, mas serviu para divertir, principalmente comparada as enxurradas de comédias que parodiam anualmente grandes produções. Em 2011, uma segunda parte vem transtornar ainda mais esse conto.

“Deu a louca na Chapeuzinho 2” continua esquartejando a obra original, saindo do plano investigativo reinado no primeiro para colocar ação abrupta, baseando no compromisso de manter ordem, proposta de Chapeuzinho, do farsante lobo, da super agente vovozinha e do simpático esquilo ligeirinho. Mais disposto em divertir a partir de gags visuais, este trabalho dirigido por Mike Disa se expande a outras histórias – de forma até semelhante a “Shrek” – colocando no meio da bagunça personagens como João e Maria, os 3 porquinhos e o gigante de “João e o pé de Feijão”.

A premissa traz Chapeuzinho treinando numa organização secreta, a mesma em que sua avó passou, e repentinamente é convocada para se unir ao grupo do primeiro filme – com uma ausência notável, explicada no segundo ato – para investigar um desaparecimento. Recrutada pela agência de espionagem “Feliz para Sempre”, terá de liderar, mesmo com constantes intrigas que levarão a diferentes morais, o caso envolvendo João e Maria e uma estranha bruxa mascarada.

A graça que por vezes residia na primeira empreitada está ainda mais escassa aqui. Feito as pressas, talvez para aproveitar o lançamento de “A Garota da Capa Vermelha”, esta animação deverá ser ignorada até pelas crianças que verão muito pouco acontecer. As piadas são fracas, a direção sem personalidade credita recreação na bagunça desenvolvida por um roteiro frio e fraco, embora tenha, sim, muitas boas questões a tratar. No final, resta apenas a saudosa lembrança da verdadeira história e alguma graça envolvendo as referências e as reviravoltas deixadas ao léu. 

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