segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Proseando sobre... Quero Matar meu Chefe


3 amigos e verdadeiras enrascadas. Não estamos falando de “Se Beber, Não Case”. “Quero matar meu Chefe” bebe da fonte de comédias com adultos em situações pra lá de curiosas. Mas não se trata de adultos idiotas ou com comportamentos infantis como a dos caras perdidos em Las Vegas, mas de um trio propenso a confusões por escolhas equivocadas. Este equívoco provém de um assunto extremo, o assassinato. A inexperiência sobre o assunto ganha ênfase pela dedução e por um conselho caríssimo cobrado por um personagem. Esgotados pelas obrigações postas pelos seus respectivos chefes, os três relembram Alfred Hitchcock e seu ótimo “Pacto Sinistro” para conceber a idéia de um matar o chefe do outro. Tem início a conspiração.

Para compreensão desse extremismo, somos apresentados dinamicamente aos chefes e empregados. Nick Hendricks (Jason Bateman) almeja uma promoção há anos, faz hora extra sem pestanejar e acredita piamente que subirá de cargo, até quando leva uma punhalada de seu chefe inescrupuloso e predisposto ao workaholic, Dave Harken (Kevin Spacey), e se percebe completamente escravizado e sem futuro na empresa; de outro lado, Kurt Buckman (Jason Sudeikis) aguardava para assumir o posto do gentil chefe Jack Pellit (Donald Sutherland, numa ponta), no entanto, após a morte desse, o filho Bobby Pellit (Colin Farrell, fantástico) assume a empresa e parece determinado em destruí-la; por último, muito embora pareça uma situação aprazível, se revela doentia com Dale Arbus (Charlie Day) sofrendo insinuações sexuais e ameaças da dentista ninfomaníaca Julia Harris (Jennifer Aniston). Tementes quanto ao futuro, decidem pelo assassinato.

Dirigido por Seth Gordon de “Surpresas do Amor”, este filme concentra-se no passo a passo do trio em busca de algo que provocasse mortes acidentais em seus chefes. A euforia incontida se manifesta na experiência da novidade, proposta bem desenvolvida pelo roteiro salientando o quanto os caras não tem a mínima idéia do que estão fazendo, se apoiando, em teoria, sobre o que viram em algum seriado investigativo ou num filme. O percurso é abarrotado de gags visuais e piadas machistas, baseando-se na história dos 3 enquanto amigos de longa data – os diálogos denunciam a intimidade. Fora desse contexto, o duelo com os patrões também motivam boas risadas e até suspiros, principalmente quando Aniston com sua silhueta provoca com fetiches e induções pervertidas. Spacey, controlador e compulsivo, irrita no melhor sentido. Já Farrell rouba a cena com um penteado incompreensível capaz de fazer alguém desprevenido gargalhar quando perceber quem é o ator.

Divertido e de narrativa bem explicada, o exagero joga a favor nas situações inusitadas contextualizadas, indo de envolvimento com drogas, perseguições – com uma piada no estilo “Johnny English” – e passeios em bairros perigosos até assassinatos. Jamie Foxx dá as caras, tatuado e de aparência ameaçadora, se revelando um péssimo negociador, o que leva o público a contestar sua origem e compreender, hilariamente, num ato, qual o crime que lhe manteve preso. Bateman é o protagonista, responde em algumas cenas principais, mesmo caindo fora de algumas situações pelo medo – vou esperar no carro. O ator funciona melhor quando está ao lado de Sudeikis e Day, uma vez desaparecer diante a imponência característica de Kevin Spacey. No meio de tantas comédias, essa relação cômica delineada por Seth Gordon sobre os papéis de chefe e empregado na sociedade é um feliz golpe numa composição cinematográfica onde, tratando-se de um gênero difícil como a comédia, termina como uma feliz experiência de entretenimento – ao menos acima da média atual.  


Um comentário:

  1. salve, to seguindo teu blog =D

    segue o meu tb \o/

    www.foiporquerer.blogspot.com

    ResponderExcluir