Novo  filme adaptado a partir de histórias em  quadrinhos. Novo equívoco.  Dirigido por Kevin Munroe, o cara responsável por “As Tartarugas Ninja –  O Retorno”, este “Dylan Dog” traz uma das investigações de um detetive  criado por Tiziano Sclavi nos anos  80. O cara não vai atrás de assuntos humanos, mas se aventura no mundo  sobrenatural, combatendo seres como vampiros, lobisomens e zumbis. De  início não compreendemos o que foi-se feito com este investigador que  anda pegando casos sobre vidas privadas. Logo teremos a resolução, ele é  requisitado e veste o uniforme, torna-se o letal Dylan Dog. 
A premissa é batida, mas ainda sedutora: o pai da jovem Elizabeth (Anita Briem)  foi morto por alguma criatura, um monstro. A polícia desconfia, não  acredita e nega ajuda. A garota é obrigada a procurar um detetive  particular, o nome Dylan Dog não foi uma escolha aleatória. Há segredos  nesse crime e todos são suspeitos. Ok. Até poderia-se pensar numa  ambientação noir com resquícios de longa de investigação fantástica mas,  aqui, tudo é absolutamente frívolo, atropelado e frustrante. O salto no  mar de piadas prontas faz o público desconfiar se está rindo do que se  sucede em cena ou de puro constrangimento.
A estrela é Brandon  Routh, o último Superman. Inexpressivo e pouco íntimo da persona Dylan  Dog, o ator até busca investir com esforço alguma agressividade nas  cenas de ação – que são muitas, diga-se de passagem – mas a falta de  personalidade e bagunça narrativa apenas empalidece o filme diante obras  semelhantes. “Max Payne”, que já é frágil, fica melhor comparado a  esse. Há ainda algumas lembranças soltas ao longo da narrativa como  “True Blood”, “Wes Craven” e “Spawn”, este último por sua infâmia.  Discorre-se aqui um comentário unicamente referente ao longa, uma vez  que jamais li as HQ’s do detetive.  
Banhado  com doses de ação e efeitos toscos, o que é aceitável dentro de uma  proposta trash, o filme, que por vezes visivelmente economiza no  orçamento, – evidente nas cenas em que a câmera prioriza o atirador, não  mostrando o ataque – traz uma temática visando um público bastante  específico. Até estes provavelmente sairão decepcionados da sessão  recheada de elementos narrativos que quase forçam o público a ter  qualquer comoção, nem que seja a de se levantar e ir embora. O abuso de  cenas com o personagem Marcus (Sam Huntington, também de “Superman”)  mostra a pretensão do diretor em propor alguma recreação, mesmo sendo de  profundo mal gosto, herança de piadas dos pastelões mais desprezíveis.  “Dylan Dog” é indefensável!
 
 
 





 
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