quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Proseando sobre... Dylan Dog e as Criaturas da Noite


Novo filme adaptado a partir de histórias em quadrinhos. Novo equívoco. Dirigido por Kevin Munroe, o cara responsável por “As Tartarugas Ninja – O Retorno”, este “Dylan Dog” traz uma das investigações de um detetive criado por Tiziano Sclavi nos anos 80. O cara não vai atrás de assuntos humanos, mas se aventura no mundo sobrenatural, combatendo seres como vampiros, lobisomens e zumbis. De início não compreendemos o que foi-se feito com este investigador que anda pegando casos sobre vidas privadas. Logo teremos a resolução, ele é requisitado e veste o uniforme, torna-se o letal Dylan Dog.

A premissa é batida, mas ainda sedutora: o pai da jovem Elizabeth (Anita Briem) foi morto por alguma criatura, um monstro. A polícia desconfia, não acredita e nega ajuda. A garota é obrigada a procurar um detetive particular, o nome Dylan Dog não foi uma escolha aleatória. Há segredos nesse crime e todos são suspeitos. Ok. Até poderia-se pensar numa ambientação noir com resquícios de longa de investigação fantástica mas, aqui, tudo é absolutamente frívolo, atropelado e frustrante. O salto no mar de piadas prontas faz o público desconfiar se está rindo do que se sucede em cena ou de puro constrangimento.

A estrela é Brandon Routh, o último Superman. Inexpressivo e pouco íntimo da persona Dylan Dog, o ator até busca investir com esforço alguma agressividade nas cenas de ação – que são muitas, diga-se de passagem – mas a falta de personalidade e bagunça narrativa apenas empalidece o filme diante obras semelhantes. “Max Payne”, que já é frágil, fica melhor comparado a esse. Há ainda algumas lembranças soltas ao longo da narrativa como “True Blood”, “Wes Craven” e “Spawn”, este último por sua infâmia. Discorre-se aqui um comentário unicamente referente ao longa, uma vez que jamais li as HQ’s do detetive.  

Banhado com doses de ação e efeitos toscos, o que é aceitável dentro de uma proposta trash, o filme, que por vezes visivelmente economiza no orçamento, – evidente nas cenas em que a câmera prioriza o atirador, não mostrando o ataque – traz uma temática visando um público bastante específico. Até estes provavelmente sairão decepcionados da sessão recheada de elementos narrativos que quase forçam o público a ter qualquer comoção, nem que seja a de se levantar e ir embora. O abuso de cenas com o personagem Marcus (Sam Huntington, também de “Superman”) mostra a pretensão do diretor em propor alguma recreação, mesmo sendo de profundo mal gosto, herança de piadas dos pastelões mais desprezíveis. “Dylan Dog” é indefensável!

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