sexta-feira, 17 de junho de 2011

Proseando sobre... Deixe-me Entrar


Os filmes de vampiro que tanto estão na moda atualmente graças a saga “Crepúsculo” tiveram um exemplar sueco fabuloso lançado no Brasil no final de 2009. Era o longa “Deixa ela Entrar”, dirigido por Tomas Alfredson. Não demorou para que Hollywood decidisse fazer a sua versão da história com um remake dirigido e escrito por Matt Reeves. Esta refilmagem, se comparada a outras recentes, é bastante competente, embora não sustente e nada acrescente a obra original, a não ser pela presença de uma pequena e encantadora promissora atriz, Chloe Moretz!

Ambientado numa pequena cidade do Novo México, o filme apresenta a vida de Owen (Kodi Smit-McPhee), um garoto bullynado por outras crianças na escola. Passando o tempo inteiro sozinho – e isso se reflete também em sua casa onde o contato com a mãe divorciada é quase nulo – o menino de vida oprimida, saliente na fotografia de Greig Fraser que o coloca numa casa pouco iluminada e sem qualquer ânimo, gasta sua vida em uma cidade que deseja quando mais velho abandonar. Quando não está na escola passa as horas observando seus vizinhos, numa versão de James Stewart, em “Janela Indiscreta” jovem e acuada. Sensorialmente triste, o longa percorre 2 semanas de uma cidade tomada pela neve que vem deixando todos em alerta por causa de estranhos assassinatos.

Essa vida desinteressante para uma criança muda quando no playground encontra a jovem Abby, descalça, negando o frio e agindo desconfiadamente. O garoto não esconde seu interesse pela menina que a pouco mudou para o apartamento vizinho e procura aproximação. A relação é bem conduzida pelo diretor sem que se torne inapropriada ou inverossímil, acontecendo compassadamente. O problema é que a garota esconde um segredo, e teremos acesso a ele logo no ínicio, ela não é humana, é uma vampira que precisa de sangue humano para sobreviver e tem em seu lar um cuidador (vivido por Richard Jenkins quase irreconhecível) que sai nas noites fazendo vítimas para lhe trazer sangue.

O diretor introduz na narrativa a possibilidade de amizade e desenvolve com carisma o afeto partilhado desse casal que cada vez mais próximo confiam segredos. Essa garota que surge como ameaça é o conforto do jovem Owen, e esse ato opõe sua relação com seus pais que não oferecem qualquer função com seu filho: sua mãe, sempre ofuscada pela câmeta, prevalece distante; seu pai, igualmente longe, aparece somente  durante uma ligação. Já na escola, Owen cada vez mais confiante sobre si, decide enfrentar seus problemas com a tradicional justiça com as próprias mãos e busca revidar – o que nos leva a constatar, em um determinado ato, a agressividade de crianças uma com as outras sendo que Owen é lesado por uma criança que é igualmente agredida por outra.

Na sua composição fria, o desfecho caminha para um final emocionalmente trágico. Quem o assistir irá compreender. Abby não pode residir numa cidade por muito tempo e precisa constantemente se mudar, uma vez ser perseguida por autoridades envolvidas com a investigação dos corpos encontrados – nessa cidade, o policial vivido por Elias Koteas avança sobre as pistas cada vez mais denunciantes. Chloe Moretz, que esteve recentemente em “Kick-Ass”, encarna a vampira com empenho e oferece uma performace de uma grande promessa Hollywoodiana. Seu carisma contribui demais com facetas irresistíveis e olhar inocente que dá maior credibilidade a sua adorável personagem.

Enquanto uma refilmagem, “Deixe-me Entrar” pouco oferece visto que o original evoca com mais autenticidade as relações. A trilha sonora aqui consente o clima e embeleza a obra. Bom para quem desconhecia a versão sueca podendo se desfrutar de uma verdadeira história de vampiros refletindo, sobretudo, os laços entre as pessoas demonstrados aqui demasiado distantes. É um projeto ótimo de se acompanhar, principalmente pela interação da dupla Smit-McPhee e Moretz e pela abordagem não ser tão limitada a um universo fantástico visando unicamente explorar violência, mas sim discutir virtudes e também religião.


2 comentários:

  1. O Filme Parece ser legal, mas gostei mesmo foi do Texto, não muito do assunto mas como você falou dele. Parabéns pelo blog. Sucesso. Acesse: http://garotoidentidade.blogspot.com

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  2. Gostei do post, do blog também, layout bem legal !

    passa lá

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