Se esforçando para manter o
padrão apresentado pelo diretor Zack Snyder em 300 (300, 2007), esse A
Ascensão do Império encontra alguns recursos, ainda que bastante modestos.
É divertido e extremamente violento. A tridimensionalidade vem garantir a experiência
do público de ser banhado com sangue. Várias e variáveis cenas garantem o
balneário vermelho. Pode ser que o filme encontre quem sinta algum prazer com
tal sensação. Os homens guerreiros e a ação intensa estarrece o brio dos atos
ágeis e ininterruptos freados pelos planos lentos que visam detalhes, tal como
fizera Snyder. Quem dirige esse é Noam Murro do drama sentimental Vivendo e Aprendendo (Smart People,
2008).
Contemporâneo ao que acontece em 300, esse A Ascenção se concentra em outros personagens, mencionando os
eventos os quais Leonidas, o Rei de Esparta, está envolvido. Aqui temos mais
informações sobre o deus-rei Xerxes (Rodrigo Santoro), tudo o que lhe ocorreu e
lhe motivou a cativar um império em seu nome; ao seu lado está sua mentora Artemisia
(Eva Green, o melhor motivo para conferir o filme), boa de briga, sedutora e
letal. Já o herói é outro, Themistocles (Sullivan Stapleton), o general
ateniense que se responsabilizará por dificultar a invasão persa, tempos após a
derrota dos 300 espartanos descamisados no estreito da Termópilas. Os embates
acontecem sobre a terra e no mar, ambos escurecidos, numa notável preocupação
técnica em não deixar escapar algum detalhe que arruíne a fictícia veracidade.
Tudo na trama envolve pancadaria,
até mesmo uma cena de sexo. Tudo é violento e colérico, referenciando a uma
guerra e suas proporções colossais. O caminho traçado pelos heróis do filme
fica manchado de sangue juntamente a corpos desmembrados. A tensão se acentua
até mesmo entre amigos. Ao menos a produção foi corajosa ao assumir a violência
acatando a censura. A história, por sua vez, adaptada a partir da graphic novel
de Frank Miller, não é lá das melhores. Tem toda uma gana destrutiva com
pretensões épicas, todavia é inferior aquela de Leonidas. Os personagens são
todos robustos, o elenco enfrenta cenas que parecem difíceis. O fato é que
pouco fazem dentro do critério de atuação, uma vez que os efeitos visuais
garante as impressões sugeridas.
Há uma falta de ordem no roteiro
que, sem convencer, frustra a expectativa sobre o que seria o longa,
apresentando uma história que é ligeiramente descartada, deixando-a para o
final como intento para uma futura sequência. A intenção plástica, ao que
parece, é reproduzir a graphic novel original, sua estética, possibilitando-a
ser projetada na telona. Alguns quadros permanecerão na memória, especialmente
o de abertura quando a câmera sobe num eixo mostrando os corpos espartanos
amontoados cobrindo o solo de orgulho e perecimento. Esse visual fascinante
logo se esgota, é muita pretensão crer que o público ficará extasiado somente
com isso. Mas não é só isso conforme mencionado anteriormente, a beleza da
trama toda cede a beleza celeste de Eva Green, uma boa atriz deslocada, mas que
incendeia frente a tanta inexpressividade e bestialidade.
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