Se o horror provindo do cinema
hollywoodiano vem desapontando muito no cinema, salvo por uma produção ou outra
esquecida em semanas, então pode-se dizer que esse “Os Escolhidos” é um sopro
de fé sobre o gênero. Encontrando limitações narrativas e afetado por uma
fotografia tradicional que não garante um clima obscuro diferenciado uma vez que soa como
extensão de longas semelhantes, o filme se encaminha graças a condução de seu
diretor que o leva a um patamar superior do suspense de expectativa, abrigado
por boas atuações, clímax corajoso e pela montagem que oferece bons momentos de
arrepio, ainda que curtos e certamente triviais.
Scott Stewart é quem escreveu o
roteiro e quem dirige a fita. É dele o grotesco Padre (Priest, 2011), o que me fez automaticamente esperar
desesperançoso seu novo projeto. E se expectativas em demasia costumam frustrar,
o contrário também acontece. Filmes do estilo requer a crença de seu público
para ter algum valor de gênero, o terror em forma e ação. Dependemos da fé cênica
dos atores. Podemos nos permitir fazer parte do universo projetado,
compartilhar da ficção e entrar na onda do absurdo, seja com demônios, espíritos,
demais figuras folclóricas e extraterrestres. Esse último é o que se apresenta.
A história não traz lá nenhuma
grande novidade. Uma tradicional família de um subúrbio vem notando coisas
verdadeiramente estranhas acontecer em casa, especialmente com o filho mais
novo que anda relatando ter contato com figuras inexistentes. Especula-se
Sandman – o João Pestana, para os brasileiros – e seu mito, mas tudo vai além. O
cume se dá quando bandos distintos de pássaros se choca contra a casa onde
moram. Um especialista em ufologia aparece – o ótimo veterano J.K. Simmons numa
interpretação bizarra – alertando o quanto esses eventos são comuns com algumas
famílias e que o final nunca acaba bem. Registros de desaparecimentos em vários
cantos do globo são colecionados pelo excêntrico velho. A família busca reverter
o aviso.


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