quarta-feira, 12 de junho de 2013

Proseando sobre... Se Beber, Não Case! Parte III



 Para fechar a trilogia “Se beber, não case”, lançaram uma terceira parte que tenta de todo modo soar diferente e armar situações que pareçam originais comparadas as vistas nos filmes anteriores. Até consegue, mas a essência da série se desfaz em pouco tempo de projeção, já que, inevitavelmente, se prende e se rende aos maneirismos convencionais formulaicos e, como recurso narrativo visando à funcionalidade da trama e principalmente das inesgotáveis piadas, curva-se sobre seu personagem mais inusitado, Alan. O ator Zach Galifianakis termina como o mais visado. Este funcionaria melhor em doses, já que torna-se aborrecido pelo excesso de excentricidade antes mesmo do fim da primeira metade. A graça se perdeu com as continuações e manchou a conquista do primeiro filme que tanto sucesso fez, agraciado não somente por público. Algumas coisas realmente não precisam continuar. 

Os amigos, Phil (Bradley Cooper), Stu (Ed Helms) e Doug (Justin Bartha) saem pelas estradas com a finalidade de levar Alan para uma clínica a fim de receber cuidados necessários, já que vem dando trabalho para os familiares e fora responsabilizado recentemente por alguns eventos pra lá de desastrosos. O caminho dos quatro, no entanto, é interrompido. Um homem armado (John Goodman) exige que eles lhe entreguem Mr. Chow (Ken Jeong), a figura esquisita dos filmes anteriores. Este lhe roubou milhões em barras de ouro e está gozando do dinheiro com bebedeiras, sexo e drogas. Como garantia, o ricaço fica com Doug. Começa a jornada do trio em busca de Chow! A sucessão de repetições de idéias se acumulam nos pouco mais de 90 minutos. Com o personagem de Bartha descartado igualmente ao longa de abertura, resta ao trio vivenciar as situações mais estapafúrdias e absurdas possíveis. O cume não poderia ser outro senão Las Vegas.

O diretor Todd Phillips assume novamente a direção e com um roteiro pouco envolvente cria situações bizarras com gags visuais bem colocadas, o que permite o público se divertir. A sensação não é a mesma de outrora. As risadas ocorrem mais por ocasião do que por satisfação. Essa percepção dá indícios do quanto a franquia está gasta, já que não nos divertimos como antes e rimos como reconhecimento, como se aplaudíssemos uma peça ruim por respeito. Galifianakis, ator que se consagrou definitivamente enquanto humorista, ganha o filme e assume o protagonismo, deixando os colegas – Cooper e Helms – de lado. Estes dois existem por conveniência. Suas particularidades construídas anteriormente quase não são florescidas, funcionando como coadjuvantes necessários para dar a cara dos velhos lobos. No fim todos perdem. Nem Heather Graham escapa da inutilização junto ao seu bebê, aquele mesmo da primeira empreitada.   
  
Finalizada, a franquia provavelmente será lembrada por alguns bons momentos, com a maioria se restringindo ao primeiro filme que fora deveras importante, influenciador de comédias posteriores. Nenhuma obteve tamanho êxito. Ancorada em boas performances e poucas boas sacadas originarias de seu curto passado no cinema, termina com um gosto amargo. As risadas e a ironia escachada longe do politicamente correto permanecem, fazendo os fãs apreciarem e outros espectadores chegarem até seus créditos finais. Nem se pode dizer que faz parte da maldição dos terceiros filmes, os que não conseguem alcançar a grandeza de seus antecessores. O fato é: “Se beber, não case 3” é decepcionante, tolo e desnecessário. 



Nenhum comentário:

Postar um comentário