A franquia X-Men é uma das mais
bem sucedidas do cinema. Com essa sequência, Dias de um futuro esquecido, passado e presente se misturam como
forma de alterar os rumos da história e garantir um futuro melhor para os
mutantes. Os sentinelas estão dizimando todos os mutantes devido a um
assassinato no passado. Para mudar isso, um dos mais saudosos personagens é
enviado para a década de 70 a fim de alterar alguns rumos. As conseqüências são
brutais, o filme ascende em questionamentos que ultrapassam a ficção das HQ’s e
transcende oposições clássicas, unindo inimigos em benefício de um bem em
comum. Mas as ideologias seguem como interferência.
O passado e presente dos filmes
aparecem em cena. Personagens da trilogia passada juntamente as suas versões
mais jovens dividem a tela, empolgando seus mais fieis fãs. Após o fracasso do
terceiro filme, X-Men: O Confronto Final
(X-men: The Last Stand, 2006), a franquia levou um tempo para ser revisitada.
No meio rolou o horrendo X-Men Origens:
Wolverine (X-Men Origins: Wolverine, 2009) manchando a reputação do mais
querido dos mutantes. Vale ressaltar que, felizmente, Hugh Jackman permaneceu
inabalável. Aí veio X-Men: Primeira
Classe (X-Men: First Class, 2011), esse sim um feliz sucesso, o mais plausível
e convincente dos longas. Surgiu Wolverine
- Imortal (Wolverine, The, 2013) e agora esse Dias de um Futuro Esquecido provando o quanto esse universo é
promissor.
Sem deter a complexidade que se
supunha a partir de sua difícil temática, essa obra do duvidoso diretor Bryan
Singer vem buscar um novo norte, tentando amarrar as pontas soltas dos roteiros
anteriores, influindo na cronologia. Toda a confusão então despenca, outros
valores emergem e a trama se acentua sem óbvias conclusões. Ela é inteiramente
carregada pelos ótimos personagens, não há outro interesse narrativo senão
acompanhar a saga temporal dessa batalha contra o que é o maior adversário
humano: o tempo. Aqui com o que se fez dele.
A técnica compreende vários
lances narrativos auxiliados pelos efeitos visuais e de som. É um filme limpo e
equilibrado. As cenas de ação não são masturbatórias como a maioria dos filmes
do gênero – da própria Marvel, aliás. Dá pra listar! Elas tem razão para ser, apesar da
megalomania de algumas, como a cena do estádio onde Magneto causa um belo estrago. Os bons atores contribuem muito
para o sucesso. Michael Fassbender, Ian McKellen e Jennifer Lawrence roubam a
cena juntamente a Jackman que aqui assume o protagonismo.
Como grande trunfo, esse quinto
filme se reinventa e abre portas para novos caminhos. Se é fiel a obra original
ou não já não importa, o que se fazer com as conquistas de até então é o grande
desafio de seus realizadores já que o sexto filme provavelmente será a colheita
de uma semente plantada há mais de uma década. E o melhor de tudo, conseguiram
manter a essência mais significativa: tratar do preconceito, da relação com o diferente.
Preconceito e intolerância, defeitos humanos imensuráveis. Quanto ao filme, chega-se
a conclusão após tantas batalhas – tanto nesse universo do X-Men quanto em
outros que buscaram de alguma forma mudar o passado visando um outro futuro – que
viagens no tempo seguirá como um forte argumento durante muito tempo. Para os
mutantes, ao que parece, o felizes para sempre não existe. Igualmente com os
humanos.
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