terça-feira, 27 de maio de 2014

Proseando sobre... Godzilla

O lagartão mais famoso do cinema está de volta fazendo um estrondoso sucesso de público. Com os aparatos tecnológicos atuais, obviamente não demoraria muito para o Godzilla ganhar uma nova versão. Essa é fantástica comparada especialmente ao fiasco daquele longa desastroso dirigido por Roland Emmerich em 1998. Esse tem um bom elenco por trás, uma história mais amarrada, misturando o fundamento clássico de sua criação com outros aspectos ambientais relativos a evolução, seleção natural e cadeia alimentar. É um regozijo aos filmes catástrofes com destruições colossais compreendendo maremotos, terremotos, explosões e devastações de algumas cidades do globo. É o típico cinemão que perde o fôlego por escolhas que são bastante equivocadas.  

O longa se dá ao luxo de ter no elenco nomes como Bryan Cranston e Juliette Binoche, além da jovem talentosíssima Elizabeth Olsen, mas se concentra no personagem vivido por Aaron Taylor-Johnson que não dá conta de segurar o filme inteiro, sabotando até mesmo a presença do personagem título que vai aparecer após um longo tempo. Coadjuvante do próprio filme, Godzilla tem seu imenso potencial de aniquilação cinematográfico arruinado. A obra poderia ser muito melhor narrativamente do que bobagens como Transformers ou até mesmo o bom Círculo de Fogo (Pacific Rim, 2013) do Del Toro, no entanto ficou presa ao roteiro capenga e desnecessariamente emotivo. As razões das investidas emocionais da história é uma clara busca da atenção de um público que talvez não compraria a ideia de monstros descomunais destrutivos.

Além disso, a falta de senso espacial é um problemão. Não dá pra ignorar as condições físicas dos meros humanos que aparecem como super-homens, enfrentando situações extremas e atravessando quilômetros em minutos. O diretor Gareth Edwards parece perder o fio lógico com esse tropeço, garantindo unicamente uma experiência interessante com o cenário e os efeitos especiais, juntamente a elaboração de seus monstros magnânimos remetendo aos clássicos. Godzilla e os MUTOs (Massive Unidentified Terrestrial Organism) tem um desenho esplêndido. Assistimos uma homenagem bastante coerente e merecida a um dos monstros mais louváveis da história. Assisti-lo em 3D só melhora a experiência da situação cinema, embora não acrescente nada à narrativa.

Algo novo e desconhecido está surgindo. Algo se alimenta de energia nuclear. Pouco sólido, o roteiro visa a premissa do que nos é desconhecido, ocultando os monstrengos, dando indícios do que são e o que são capazes de fazer. Para isso salta no tempo, com um considerado acidente em uma usina e as conseqüências deste na vida de uma família americana residente no Japão. A obsessão por verdades e a gana pela ciência movimenta 40 minutos de discussões e constatações científicas, exprimindo a falta de diálogo de empresas com a população carente de verdades. É um retrato social condizente às distintas especulações e conspirações humanas. Com uma hora de filme, o que resta é o caos com a expectativa de sobrevivência reduzida a nada até que um herói se exalta e surpreende.

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