O lagartão mais famoso do cinema
está de volta fazendo um estrondoso sucesso de público. Com os aparatos
tecnológicos atuais, obviamente não demoraria muito para o Godzilla
ganhar uma nova versão. Essa é fantástica comparada especialmente ao
fiasco daquele longa desastroso dirigido por Roland Emmerich em 1998.
Esse tem um bom elenco por trás, uma história mais amarrada, misturando o
fundamento clássico de sua criação com outros aspectos ambientais
relativos a evolução, seleção natural e cadeia alimentar. É um regozijo
aos filmes catástrofes com destruições colossais compreendendo
maremotos, terremotos, explosões e devastações de algumas cidades do
globo. É o típico cinemão que perde o fôlego por escolhas que são
bastante equivocadas.
O
longa se dá ao luxo de ter no elenco nomes como Bryan Cranston e
Juliette Binoche, além da jovem talentosíssima Elizabeth Olsen, mas se
concentra no personagem vivido por Aaron Taylor-Johnson que não dá conta
de segurar o filme inteiro, sabotando até mesmo a presença do
personagem título que vai aparecer após um longo tempo. Coadjuvante do
próprio filme, Godzilla tem seu imenso potencial de aniquilação
cinematográfico arruinado. A obra poderia ser muito melhor
narrativamente do que bobagens como Transformers ou até mesmo o bom Círculo de Fogo (Pacific
Rim, 2013) do Del Toro, no entanto ficou presa ao roteiro capenga e
desnecessariamente emotivo. As razões das investidas emocionais da
história é uma clara busca da atenção de um público que talvez não
compraria a ideia de monstros descomunais destrutivos.
Além
disso, a falta de senso espacial é um problemão. Não dá pra ignorar as
condições físicas dos meros humanos que aparecem como super-homens,
enfrentando situações extremas e atravessando quilômetros em minutos. O
diretor Gareth Edwards parece perder o fio lógico com esse tropeço,
garantindo unicamente uma experiência interessante com o cenário e os
efeitos especiais, juntamente a elaboração de seus monstros magnânimos
remetendo aos clássicos. Godzilla e os MUTOs (Massive Unidentified
Terrestrial Organism) tem um desenho esplêndido. Assistimos uma
homenagem bastante coerente e merecida a um dos monstros mais louváveis
da história. Assisti-lo em 3D só melhora a experiência da situação
cinema, embora não acrescente nada à narrativa.
Algo
novo e desconhecido está surgindo. Algo se alimenta de energia nuclear.
Pouco sólido, o roteiro visa a premissa do que nos é desconhecido,
ocultando os monstrengos, dando indícios do que são e o que são capazes
de fazer. Para isso salta no tempo, com um considerado acidente em uma
usina e as conseqüências deste na vida de uma família americana
residente no Japão. A obsessão por verdades e a gana pela ciência
movimenta 40 minutos de discussões e constatações científicas,
exprimindo a falta de diálogo de empresas com a população carente de
verdades. É um retrato social condizente às distintas especulações e
conspirações humanas. Com uma hora de filme, o que resta é o caos com a
expectativa de sobrevivência reduzida a nada até que um herói se exalta e
surpreende.
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