sábado, 10 de março de 2012

Proseando sobre... Cada um tem a Gêmea que Merece


 Algumas coisas não deveriam sair do papel, o que garantiria menos constrangimentos. Al Pacino, por exemplo, viver ele mesmo de uma forma escrachada e infeliz, era algo que nenhum fã esperava. Johnny Depp aparecer numa ponta com a camiseta do Justin Bieber funcionou apenas como uma piada imbecil e datada. E Adam Sandler fazer outro filme de humor fácil, tolo e sem graça, bom, isso já era aguardado. Mas jogar sua carreira no lixo com o, talvez, pior filme de sua filmografia, era demais até mesmo para os mais pessimistas, comparando a leva de filmes horríveis que o comediante – não ator – andou protagonizando. “Cada um tem a Gêmea que Merece” é uma atrocidade e suspeito que nem crianças se divertiriam com tamanha bobagem e ridicularidades pra lá de juvenis.

Aturar um Adam Sandler tem sido uma tarefa árdua, mas dois é algo quase impossível. Acompanharemos, assim, a crise entre dois irmãos, Jack e Jill, com o primeiro (Sandler) ignorando completamente a irmã, esquivando-se de todas suas investidas afetuosas, temendo a vergonha e os prováveis desastres freqüentes de quando ela está por perto. Já Jill (Sandler, horrendamente travestido), é de fato a irmã monstruosa que num início é pregado através de uma abertura ressaltando o crescimento da dupla. Ela causa um furor por onde passa e, por razões torpes, chama a atenção de Al Pacino durante um jogo, o que a torna importante para seu irmão, que necessita contratar o ex Michael Carleone para um comercial.
Habituado a um humor grosseiro e de sucesso comercial graças a presença de Sandler, o diretor Dennis Dugan vem de vários equívocos (“Esposa de Mentirinha”, “Zohan”), mas nenhum desses conseguiu a proesa desta nova empreitada: ser ridículo a ponto de envergonhar o espectador. As piadas não são inteligentes e tampouco inspiradas, os diálogos são reciclados e bobos e os acontecimentos tão banais que fica difícil acreditar no senso do ridículo ou na condição mental de seus realizadores. Duas piadas até instigam alguma graça, caso do momento em que a estátua do Oscar de Pacino é quebrada – ele só tem uma, embora o mundo crê que ele tenha mais – ou quando o próprio ator reproduz uma frase de “O Poderoso Chefão”. Logo um humor vil destrói essa tentativa humorada. Quando um longa passa a apelar para piadas relativas a gases e diarréia, então podemos esperar um turbilhão de outros escárnios.

O sucesso comercial é certo, dada à quantidade de fãs do ator que acredita tratar-se de uma boa comédia envolvendo seu ídolo, se bem que tal ídolo anda perdendo fãs. Assim, “Cada um tem a Gêmea que Merece” se sustenta no ridículo e faz graça com isso, objetivando trazer uma lição de moral sobre a relação entre irmãos. Mas essa moral é tão rasa, tão imposta e expositiva que quase a compreendemos como outra piada do roteiro medíocre. Tantos, também, são os estereótipos que o filme brinca, mencionando com um gosto duvidoso piadas relativas a crenças. Claro que o filme não deve ser levado a sério, em sua defesa, salientaria isso, porém, uma narrativa que ofende a inteligência do público deve ser levada a sério pelo senso, afinal, ninguém deixa o cérebro em casa para ir ao cinema. 


2 comentários:

  1. Coisa grotesca esse filme. Adam Sandler me dá nos nervos.

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  2. Assisti o filme e amei, fui ver no cinema com a minha família e todos gostaram alias a maioria dos meus familiares são grandes fãs de Adam e do Al Pacino
    não é só porque você não gosta que as outras pessoas não iriam gosta afinal gosto é gosto
    e eu acho que você não deve ter senso de humor algum !! se não esta feliz com os filmes de comedia que vem sendo lançados já que você é tão bom em criticar oque ja esta feito por que você não lança um filme você mesmo senhor bonzão !!

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