quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Proseando sobre... Missão: Impossível - Protocolo Fantasma


Eis uma série que deu certo, Missão: Impossível chega ao seu quarto filme mantendo uma qualidade satisfatória e entregando, como nos anteriores, um entretenimento absurdo além de divertido. Operacional em todos os atos, até mesmo o espectador aversivo a exageros deverá tirar algum proveito do projeto. Há reais chances de ser acometido por uma acrofobia repentina diante do Burj Khalifa. “M:I-IV” é o que mais flerta com humor na série, garantindo não só um enérgico e funcional longa de ação, as vezes de tirar o fôlego, diga-se de passagem. É um filme com teor cômico aprazível, sem esforços demasiados. Há explosões, perseguições, saltos nas alturas, pancadaria e um Tom Cruise plenamente disposto ao caos e ferimentos.

Assumindo a cadeira que já fora de De Palma, John Woo e J.J. Abrams, Brad Bird das ótimas animações “ Ratatouille” e “O Gigante de ferro”, demonstra familiaridade com o projeto ao esboçar manejos de câmeras diferenciados. O Live-Action é a dele também. Ele traz o melhor ângulo das cenas de combate ao mesmo tempo que procura levar seu público para dentro da obra, ocasionando reações de espanto com profundidades sem o artifício da tridimensionalidade. Tecnicamente o filme é riquíssimo, produzido pelo próprio Cruise, portando aparatos futuros num vislumbre de vanguarda tecnológica.  

Para quem sentiu falta, Ethan Hunt está de volta. Libertado de uma prisão russa, o agente logo é informado pela IMF que precisa entrar no Kremlin contando com a ajuda de Jane (Paula Patton e seu decote) e o nerd atrapalhado Benji (o astro comediante inglês Simon Pegg de “Chumbo Grosso” e “Todo Mundo Quase Morto”). A primeira missão fracassa e a IMF juntamente a seus agentes são responsabilizados por um atentado terrorista, sendo posteriormente caçados. Por conta própria, Ethan usa o pouco – o que é muito – que lhe resta para se inocentar, contando com a ajuda de Brandt (Jeremy Renner).

O tabuleiro de Brad Bird conta com as peças ideais para qualquer filme de ação que não se leve muito a sério e que dê certo por isso. Caso do herói imponente, um parceiro igualmente competente, um alívio humorado no grupo e uma mulher sedutora fatal, no caso aqui, uma bela morena. Tais fatores fazem parte de uma multiplicação de fórmulas que, bem dirigidas, garantem um entretenimento convincente, potencialmente capaz de agradar vários públicos, não só pelos rostos bonitos em cena ou pela ação exacerbada que se delonga. O foco aqui é justamente esse, impressionar pelo incrível, algo que “O Procurado” falhou ou que “Transformers” e sua demanda masturbatória arruinou.  

No elenco ainda estão Michael Nyqvist da trilogia sueca “Millenium” e a bela Junie, a francesa Léa Seydoux. Ambos vivem vilões, e como é bom acompanha-los. “M:I-IV” é um tiro certeiro, inventivo embora dotado da síndrome hollywoodiana com seus blockbusters, no entanto aqui interessantíssimo e com algo a se contar sem se prender unicamente a esplendorosos efeitos. A narrativa branda é excursionista, Moscou, Dubai, Budapeste e Bombaim são os cenários luxuosos do longa, todas as cidades oferecem oportunidades para o desenvolvimento da ação com saídas inacreditáveis, o grande espírito da franquia.



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