quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Proseando sobre... Os Mercenários 3

Com Os Mercenários, Stallone propôs reunir vários astros dos filmes de ação, a maioria oriunda da década de 80 e 90, e criar uma franquia que os eternizasse, trazendo ainda alguns nomes da nova geração. No segundo, a brincadeira residia na decorrência do tempo que resultou dificuldades físicas aos heróis, ainda que não impedisse atos heróicos de caras que não aceitaram o natural envelhecimento. Aqui nesse terceiro parece encontrar um equilíbrio entre gerações, considerando-as igualmente importantes, o que fundamenta a perspectiva do futuro dos velhos e novos mercenários. Têm-se o filme menos badalado da trilogia, o menos empolgante, no entanto ainda atrativo simplesmente pelas grandes personalidades em cena que dificilmente se encontrarão dentro das telonas novamente. 

Vemos muita energia acumulada, a virilidade enternece a trama modelando a ação com a viral comédia. O filme revela-se afetado por tanto humor. Formulaico, tem uma cena inicial colossal como um cartão de visitas do que virá em sequência. E essa ação convulsiva consegue despertar um comportamento comum entre os espectadores: bocejos. Este cinema definitivamente perdeu a graça. A trama que poderia inflar o nosso interesse desgastado não convence, se arrasta dentro do clichê mais odiável: o maniqueísmo tradicional proposto unicamente como válvula de escape de um roteiro ineficaz. 

Há uma cena de reunião, de diversão, celebração de um fim. Ela faz todo o sentido, pois abriga os semelhantes deste contexto maluco elaborado e que funcionou brilhantemente pela sensação de nostalgia proporcionada. Essa cena, realizada num bar, acaba sendo a melhor de todo o filme, já que ampara o valor da fita: a memória do pretérito de pessoas que tiveram absoluta relevância para a constituição de um gênero. 

Barney Ross (Sylvester Stallone) tem um novo e poderoso adversário, Conrad Stonebanks (Mel Gibson). Para poupar possíveis danos a sua velha equipe devido a uma falha ressentida durante uma missão infeliz, decide convocar uma legião de jovens para enfrentar o oponente. Inevitavelmente isso causa chateação nos velhos parceiros. Um transtorno visível nos olhares tristonhos daqueles homens cujo talento em expressar emoções se equipara a de manequins. Aí vira um filme de médias e discussões a respeito de valores, coragem e parceiragem. Por conveniência, Os Mercenários 3, filme dirigido pelo desconhecido Patrick Hughes, traz toda a truculência e as piruetas enérgicas esperadas de um filme desse gênero, especialmente envolvendo tantos astros. Termina divertido. Termina sem querer terminar.


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