O que esperar de uma continuação
de uma animação narrativamente limitada que tanto sucesso fez quando fora lançada?
A mesma sorte? Talvez sorte seja uma palavra injusta. O fato é que “Meu Malvado
Favorito” lançado em 2010 não tinha uma grande história, era até tola demais. Venceu
graças a outras coisas: carisma e humor cativante. Fica difícil não se encantar
por sua simplicidade. Conquistou as crianças e os adultos com um personagem que
funciona como um anti herói juntamente aos pequenos Minions. Ainda soma-se a
história 3 garotas adotadas. Nesse segundo filme todos retornam tão frágeis e simples
quanto o primeiro. O investimento maior recai sobre os Minions que quase ganham
o filme inteiro, mas o protagonismo ainda é de Gru, o vilão herói com sotaque
curioso, completamente comprometido pela infeliz dublagem brasileira.
O contraste entre o mundo exterior e o mundo
de Gru permanece com menor força. Sua casa segue diferenciada das demais,
escurecida e com artifícios que a fazem parecer um lugar sombrio. O preto e o
cinza predominam o interior enquanto no exterior cores explodem. O filme é
coloridíssimo e abarrotado de coisas consideradas “fofas”. A criançada vai
adorar, os mais crescidos irão se divertir e os adultos rirem, apenas rirem,
sobretudo quando o filme abre alas para os Minions que anteriormente apareciam
episodicamente. Dessa vez eles tem uma função mais importante na narrativa,
condensando-a em meio a várias subtramas paralelas tais como a relação de Gru
com as meninas, ou com um suposto par romântico, a agente Lucy. Ainda há o
crescimento natural de uma dessas meninas, interessando-se por um jovem capaz
de fazer o herói morrer enciumado.

Como ponte do filme anterior,
além da relação paternal que fez Gru abandonar a vida de malfeitor, dessa vez
desponta para o empreendorismo do protagonista que vinha buscando fórmulas de
geléias e gelatinas para crianças, tentando levar uma vida boa e honesta,
motivado pelo carinho que singelamente desenvolveu pelas filhas. O passado, por
sua vez, vem lhe buscar. Leve, a animação é uma bela pedida para um momento
descontração em família.
Não oferece muito o que pensar, e tampouco se aventura em
outros rumos que filmes do gênero mais sofisticados arriscam, porém diverte
muito com sua ingenuidade e bons personagens demasiado adoráveis e sorridentes.
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