
Tal erotismo não é exatamente um alvo de críticas, nem deveria, quando se desejava contar uma história sobre os prazeres da carne. O problema é se perder nesse meio, com o aparente prazer do próprio diretor tomando o espaço da narrativa pretendida, exibindo além da arte e formas corporais, sexo entre mulheres, transformando o espectador em voyeurs de sua perversão. Ou de seu exibicionismo cinematográfico propenso a agradar aqueles cujos hormônios estão em êxtase. Não descordo que talvez isso seja exagero.

O elenco se entrega e ninguém se destaca, tendo Frédéric van den Driessche perdendo o ritmo de seu personagem condensado e detido. A extravagância só não é mais abusada pela censura neste pequeno filme sobre sexo desmistificando a linha que divide o gratuito e o chamado artístico. Para quem gosta do primeiro, encontrará em “Anjos Exterminadores” um feroz exemplo de sacanagem com algum sentido. Jean-Claude Brisseau pode se orgulhar: fez mais uma de suas filmagens sexuais, mas considerar um grande filme sobre o assunto, seria encarecê-lo demais.
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